terça-feira, 1 de maio de 2012

Chacina de Doverlândia: Célio Júnior Costa da Silva, 32 anos, e Alcides Batista Barros, 61 anos, presos durante velório em Frutal MG






Simone Machado

A Polícia Civil de Frutal (MG), a 70 quilômetros de Rio Preto, prendeu ontem à tarde dois homens suspeitos de serem os mandantes de uma chacina ocorrida sábado (28) na cidade goiana de Doverlândia. Outros dois foram presos em Goiás. Todos os mortos tiveram as cabeças decepadas. Três vítimas são de Frutal - pai, filho e o vaqueiro da fazenda que a família possui em Goiás.

As vítimas são Lázaro de Oliveira Costa, de 57 anos, dono da fazenda e ex-presidente do Sindicato Rural de Doverlândia; Leopoldo Rocha Costa, 22, filho do fazendeiro; Heli Francisco da Silva, 44, vaqueiro da fazenda; Joaquim Manoel Carneiro, de 61 anos, amigo do Lázaro; Miraci Alves de Oliveira, 65, mulher de Joaquim; Adriano Alves Carneiro, 24, filho do casal; e Tâmis Marques Mendes da Silva, 24, noiva de Adriano.

Os dois suspeitos presos em Frutal - durante o próprio velório de Lázaro, Leopoldo e Heli - são Célio Júnior Costa da Silva, 32 anos, e Alcides Batista Barros, 61 anos. auxiliar de serviços gerais na fazenda, Célio é sobrinho do fazendeiro Lázaro. Alcides é comerciante em Doverlândia e sogro de Leopoldo, filho de Lázaro. O casamento de Leopoldo com a filha do acusado estava marcado para o dia 12 deste mês.

Outros dois suspeitos de participação no crime também foram presos ontem pela Polícia Civil de Doverlândia e um quinto possível envolvido ainda não foi localizado. Os nomes dos outros dois suspeitos e do procurado não foram confirmados pela polícia de Goiás até o fechamento desta edição.

O velório das três vítimas mineiras aconteceu, em Frutal, onde pai e filho seriam enterrados. O vaqueiro teria o corpo levado para Campina Verde (MG). Os corpos das outras quatro vítimas, todas de Goiás, foram encontrados em estrada perto da fazenda onde ocorreu o crime.

“Eles (os assassinos) agiram com extrema crueldade”, disse o delegado Vinicius Batista da Silva, do 7º Distrito Policial de Iporá, em Goiás, e responsável pelas investigações. O delegado explicou que a polícia recolheu algumas digitais. “Um dos criminosos usou um copo, já com as mãos sujas de sangue”, disse o delegado, que também colheu depoimentos de moradores, nas proximidades da fazenda. Mesmo assim, o depoimento do filho de 14 anos de idade, do vaqueiro morto, foi decisivo para identificar os autores do massacre.

As mortes, suspeita a polícia, teriam ocorrido em três etapas. Primeiro, foram mortos o fazendeiro e o filho, que tiveram os corpos arrastados até o banheiro. Depois, os bandidos caminharam 200 metros e mataram, dentro de casa, o vaqueiro Heli Francisco da Silva e o casal Joaquim e Miraci, que chegavam à fazenda com um presente de casamento para Leopoldo. Por fim, os assassinos encontraram Adriano e a noiva Tâmis. A família da jovem suspeita que ela tenha sido violentada pelos bandidos.

A polícia foi avisada da tragédia pelo filho do vaqueiro. Ao ouvir os gritos desesperados por socorro, o rapaz deixou o pasto onde estava, correu à fazenda vizinha que acionou a Polícia Militar. “Uma intriga com o filho do fazendeiro teria sido a origem das mortes”, disse o sargento Divino Celso Teles. Uma das suspeitas, além de possíveis rixas pessoais, teria sido desavença por divisão de terras. O crime chocou a cidade, localizada próxima à divisa de Goiás com o Mato Grosso, que tem menos de oito mil habitantes e, economia baseada na agropecuária.



PS: A suposição de intriga parecia ser fraca em razão da brutalidade das mortes, desavença por divisão de terras é mais plausível... JS


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