quinta-feira, 3 de maio de 2012

Benedito Mangia, advogado e dono de dois colégios no Recreio, é executado com tiro na nunca em frente ao Forum da Barra da Tijuca RJ






R7

O corpo do advogado Benedito do Carmo Mangia, de 61 anos, vai ser enterrado às 14h30 desta quinta-feira (3), no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio. O velório acontece desde o início da manhã na capela A. Ele foi assassinado na frente do Fórum da Barra da Tijuca com um tiro na nuca.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu para a presidência do Fórum da Barra da Tijuca a instalação de câmeras para monitoramento da segurança do prédio.

De acordo com o delegado da OAB da seccional da Barra, André Mota, que fica na delegacia da instituição localizada no fórum, somente uma dependência do prédio tem câmeras. Saguão, corredores, salas de audiência e a parte externa do fórum não têm o sistema de monitoramento.

- Os demais fóruns têm câmeras, aqui não. O assassinato de um advogado aqui em frente é uma ousadia. É uma afronta à Justiça e à OAB.

O R7 apurou que o diretor do fórum, juiz Carlos Alberto Flores da Cunha, pediu à Polícia Militar que reforce a segurança do prédio com uma viatura fixa durante o horário de funcionamento.

- Nunca aconteceu isso na Barra. Houve uma vez uma tentativa de roubo [no fórum]. São poucos os atentados contra advogados no exercício da profissão. Nunca aconteceu. Vamos cobrar, não vamos deixar isso passar. Vamos também cobrar empenho na investigação.

Por meio de nota, o TJ (Tribunal de Justiça) informou que não "divulga as normas de procedimentos de segurança para resguardar os magistrados, servidores e usuários da Justiça fluminense".

Sete passagens pela polícia

A Polícia Civil descobriu que o advogado assassinado havia sido indiciado sete vezes. Até as 19h30 de quarta-feira, quatro testemunhas tinham sido ouvidas na Divisão de Homicídios: dois advogados, entre eles o que cuidava do processo sobre um terreno; a pessoa que conduziu o carro da vítima até o local e outra que estava próximo ao fórum no momento do crime.

De acordo com Rivaldo Barbosa, titular da DH, o fato de Mangia ter sete passagens pela polícia não indica que ele seja de fato um criminoso.

— Isso quer dizer que ele tem sete anotações criminais, mas não que ele tenha sido incriminado.

Barbosa preferiu não informar os crimes pelo quais o advogado foi indiciado, mas afirmou que considera “fundamental investigar a vida pregressa da vítima”.

— Temos que saber se ele recebeu ameaças nos últimos dias, por exemplo. Isso talvez explicasse alguma coisa.

Milícia e crime passional

Uma das linhas de investigação da polícia trabalha com a hipótese de que o advogado e empresário — ele era dono de ao menos um colégio (Alfa, no Recreio dos Bandeirantes) — tenha sido morto por milicianos da zona oeste.

Mangia era suspeito de inadimplência na compra de um terreno em Campo Grande, também zona oeste. Ele estava no fórum na quarta justamente para uma audiência sobre o caso. A DH suspeita de que milicianos podem ter encomendado o crime em retaliação à falta de pagamento.

Apesar dos indícios de uma emboscada, o titular da DH não descarta a hipótese de crime passional.

Equipes da DH estão nas ruas em busca de imagens que possam identificar os suspeitos. A polícia quer saber se os criminosos seguiram o advogado desde que ele deixou o colégio Alfa no início da tarde.

Além da filmagem do colégio, a polícia já pediu as imagens da CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego) e do estacionamento do Barra Shopping.

De acordo com a polícia, o advogado de Mangia, que o acompanhava, presenciou o crime e teria visto os criminosos de costas.






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