domingo, 6 de maio de 2012

Andressa Alves Mendonça 'Musa da CPI': atual esposa de Cachoeira, ex de suplente do Demóstenes e dona de sex-shop






POR Christina Nascimento
Rozane Monteiro

Rio - Já apelidada em Brasília de “Musa da CPI”, a empresária cristã Andressa Alves Mendonça, 30 anos, está no centro de uma trama que envolve ligações suspeitíssimas entre criminosos e parlamentares, briga de amor e até uma “sala de fetiche”. Seu marido, o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, 49, que está preso desde fevereiro e tem uma CPI para chamar de sua, pode até escapar de uma ou outra acusação. Mas um ‘crime’não vai dar para negar: o coração de Andressa ele roubou há quase um ano do agora ex-marido da bela, dona de uma loja de lingerie e sex shop em Goiânia.

“Carlinhos é o homem da minha vida, meu grande amor. A gente sabe que isso é uma tempestade e vai passar. Eu o admiro agora mais do que antes”, derrete-se, em entrevista a O DIA, a loura, que nasceu em Itumbiara (GO), mas foi criada na cidade de Goiatuba, onde a beleza já chamava atenção — na adolescência, recebeu convites para ser modelo, mas nunca aceitou. Aos 22, casou com Wilder Pedro de Morais, 43, secretário de Infraestrutura de Goiás e suplente do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), que poderá ser o primeiro político punido com a perda do mandato pela proximidade com Cachoeira.

“Eu era muito nova”, diz ela, que se formou em assistência social pela Universidade Católica de Goiás, mas nunca exerceu a profissão.

Reza a lenda que a paixão surgiu no convívio na sociedade goiana. Mas o namoro, diz a versão oficial, só começou após ela se separar de Wilder, com quem teve dois meninos — de 4 e 6 anos. “Coisas do coração”, desconversa um amigo dela.

Os dois filhos, aliás, têm sentido falta do “tio” Carlinhos. “Eles são muito novos. Não entendem o que está acontecendo. Digo que ele está viajando ou trabalhando”, contou a empresária que, na quinta-feira, tentou visitar o marido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Era o aniversário de 49 anos do bicheiro, mas Andressa não pôde entrar porque as visitas são só às terças-feiras. A empresária diz que já emagreceu desde que o marido foi preso. Na época, o casal estava morando junto há oito meses.

Demóstenes diz que só falava de amor com bicheiro

A tumultuada separação de Andressa e Wilder e o começo do ‘ficar’ dela com Cachoeira chegou a ser uma das explicações que o senador Demóstenes Torres usou para justificar suas quase 300 ligações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal com o contraventor, em 2011. Na versão do senador, o assunto entre os dois era o novo amor do bicheiro, que conquistara a jovem que seu suplente amava. A amizade com Flávia, mulher de Demóstenes, continua firme. Mas as duas, depois do escândalo, já não se encontram com tanta frequência.

Loja tem ‘produtos eróticos, mas sem perder a finesse’

Muitos clientes da loja de lingerie e sex shop de Andressa, no shopping Bougainville, em Goiânia, sabem que ela é mulher de Cachoeira, mas são discretos. “A gente vê que estão com vontade de falar alguma coisa, mas não têm coragem. Perguntam só se Andressa está bem”, diz uma funcionária.

Os itens que são vendidos na loja — lingeries, vibradores, chicotes e óleos, por exemplo — Andressa descreveu, no vídeo da inauguração, há quase um ano, como “produtos eróticos, mas sem perder a finesse. Nada de muito agressivo, uma coisa muito sutil e muito linda”.

Os vibradores ficam escondidos em um móvel perto dos provadores, na “sala de fetiche”. “Já pensou se uma mãe chega com uma criança aqui?”, pergunta a funcionária. O mais caro custa R$ 599, valor do We-vibe, “um vibrador para você usar com seu parceiro”, como resume, didática, a vendedora.

As lingeries, de uma marca francesa, ficam expostas na loja, divididas por temas — sensual, divertido, básico e romântico —, e o conjunto de calcinha e sutiã mais caro custa cerca de R$ 200,00. São, segundo a própria Andressa, seu presente preferido para as amigas: “Acho de muito bom gosto.”

Comissão rastreia elo de bicheiro com parlamentares e empresários

Em 29 de fevereiro, o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Monte Carlo, que desarticulou a organização que há 17 anos explorava máquinas de caça-níqueis em Goiás. Escutas atingiram diretamente o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), flagrado em conversas sobre dinheiro, supostamente fruto de propina. As investigações também chegaram aos governos de Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marconi Perillo (PSDB-GO).

No dia 19 de abril, foi instalada no Congresso a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que foi imediatamente apelidada de CPI do Cachoeira. O alvo é a relação do bicheiro com parlamentares e empresários. A comissão tem 16 senadores e 16 deputados, além dos suplentes.

No dia 27, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a liberação do inquérito da Monte Carlo à CPI. Há indícios de que boa parte do dinheiro que entrou nas contas de empresas fantasmas ligadas a Cachoeira é proveniente da empreiteira Delta.




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