sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O direito de bater...

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Um amigo, que prefere não se identificar, me narrou e estou repassando para vocês:



"Ontem me meti numa confusão absolutamente lamentável...

Estava indo almoçar...

Perdi completamente a fome...

Uma senhora desfere um soco violento no rosto de uma menina adolescente ao meu lado...

A menina balança caindo sem sangrar...

Seguro o braço da dona...

Todos em volta indignados...

A senhora informa que ela era sua filha e eu não tinha nada com isso...

Continuo agarrado em seu pulso sem a dona, com sotaque espanhol e cara redonda, reagir...

Reboco a tal dona até próximo à 9a. DP na esquina da Rua Pedro Américo...

Eu já estava enrolado na situação barraco mesmo e não pretendia recuar...

A menina nos acompanha gritando a exata repetida frase, agora já com sangue no canto da boca:

- Deixa ela me corrigir!

A dona murmura que aquilo era o que sua filha acaba lhe proporcionando...

De repente, a menina toca meu ombro...

- Por favor!

Largo o pulso da dona...

Com o coração partido...

Um camarada me acompanha a perguntar o que houve...

Fico calado...

Sinto vontade de dar um soco no fofoqueiro...

Melhor não...

Vai que aparece alguém para me conduzir à delegacia... "

...




Jorge Schweitzer











Um comentário:

  1. Fala verdade..., na minha vida tomei uns paus legais. De cinta dobrada. Depois ainda tinha de cheirar o couro da cinta pra entender bem qualé que era. E se por acaso houvesse um irmão envolvido no mexido, apanhávamos os dois em iguais proporções, e tínhamos de nos comprimentar no final para fazer as pazes. Todas as sovas foram o Pai ou a Mãe quem ofertaram. Nunca de graça. Sempre as mereçemos. Mesmo que não aceitássemos na época. Hoje eu vejo, e nem eu, nem meus irmãos perdemos o sono, ou ficamos traumatizados por conta disso. Sem sequelas. E os Pais ainda falavam: Isso é para que não tenham amanhã de apanhar de estranhos. Ou pior ainda da polícia. E olha, eles tinham razão, como tinham. Pois nunca apanhamos se não deles.
    Então, não defendo a dona que esmurrou a filha, mas não entendo essa educação de hoje em dia. Não entendi tb a do amigo que queria levar a mulher para a delegacia. Suponhamos que a mãe ficasse presa. O que aconteceria com a garota? O amigo se responsabilizaria por ela? Ia ser o provedor da rapariga? Se a moça não apanha da mãe hoje, quem sabe apanhará da polícia amanhã. E parece que a polícia bate bem mais forte. E ninguem acode. Nenhum amigo. Né não?

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