terça-feira, 10 de agosto de 2010

Motriz...

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Motriz é a força que proporciona movimento...

Amor é sentimento absoluto de um ser por outro...

Eu ia dar título do post: 'Paixão em Movimento"...

Melhor não...

Este bagulho de zoar deixando alguns rastros vai criando curiosidade bisbilhoteira alheia compulsiva...

Muito embora seja tudo brincadeira...

Com surrealistas pitadas reais...

Mas, não resisto...

Pôs bueno...

Enebriar-se por alguém é como adotar um cachorro...

Você sabe que irá presenciar o funeral dentro em breve...

Cachorro tem vida curta...

Paixão com prazo de validade...

A partir do momento da adoção a dona vai se preparando para as exéquias...

Por vezes, o street dog é abandonado no canil da Suipa, ali ao lado da Favela do Jacarezinho, quando começa a latir alto incomodando a vizinhança...

Meses - ou semanas, ou dias - após ver estraçalhados todos seus cadarços do tênis preferido...

Todas suas almofadas que você dormia abraçada...

Quando ele perder aquele olhar comovente de desabado de caminhão de mudança...

Substituído por rosnados...

A magia abrindo espaço ao enfado...

Ou quando descobrir que seus ouvidos sensíveis caninos lhe torna amedrontado com barulhos que não quer ouvir no espocar do foguetório do próximo reveillon...

Dia desses recebi surpreendente email reproduzindo o texto "A necessidade e o Acaso" (de Martha Medeiros) falando de paixão...



"A necessidade cria o amor ou ele existe? A questão é delicada e conduz a uma resposta que confunde mais do que explica. Sim, a necessidade cria o amor. Sim, o amor existe.
Na verdade, fomos condicionados pela sociedade e seus contos de fada a acreditar que o amor é uma coisa que acontece quando menos se espera, que domina nosso coração, que interrompe nossos neurônios e nos captura para uma vida de palpitações, suspiros e lágrimas. Que o amor não tem idade, não tem hora pra chegar, não tem escapatória. Que o amor é lindo, poderoso e absoluto, que vence todos os preconceitos, que vence a nossa resistência e ceticismo, que é transformador e vital. Esse amor existe e ai de quem se atrever a questioná-lo, avisam os deuses lá em cima.
Rendo-me, senhores. Esse amor existe mesmo, é invasivo e muitas vezes perverso, mas também pode ser discreto, sereno e indolor. Costuma acontecer ao menos uma vez na vida de todo ser humano, ou três vezes, ou pode acontecer todo final de semana, se for o caso de um coração xinsaciável. Mas também pode acontecer nunquinha, e aí a outra verdade impera.
Sim, a necessidade também cria o amor. A pessoa nasce idealizando um parceiro para dividir a janta e as agruras, a cama e as contas, os pensamentos e os filhos. Passam-se os anos e esse amor não sinaliza, não apresenta-se, e o relógio segue marcando as horas, lembrando que o tempo voa. Esse ser solitário começa a amar menos a si mesmo, pelo pouco alvoroço que provoca a sua volta, e a baixa estima impede a passagem de quem quer se aproximar. É um círculo vicioso que não chega a ser raro. Qual é a solução: solidão ou imaginação?
O nosso amor a gente inventa, cantou Cazuza. A necessidade faz quem é feio parecer um deus, quem é tímido parecer um sábio, quem é louco parecer um gênio. A necessidade nos torna menos críticos, mais tolerantes, menos exigentes, mais criativos. A necessidade encontra sinônimos para o amor: amizade, atração, afinidade, destino, ocasião. A necessidade nos torna condescendentes, bem-humorados, otimistas. Se a sorte não acenou com um amor caído dos céus, ao menos temos afeto de sobra e bom poder de adaptação: elegemos como grande amor um amor de tamanho médio. O coração também sobrevive com paixões inventadas, e não raro essas paixões surpreendem o inventor.
O amor pode ser casual ou intencional. Se nos faz feliz, é amor igual."



Tomei um susto...

Sequer respondi...

Silenciei...

Sem latir...



Jorge Schweitzer



PS: Ia colocar 'sem latir, nem balançar a cauda"... Melhor eu citar; ela é tão sacaninha e imaginativa que iria enviar recado complementando... Ela não deixa passar nada em branco...




4 comentários:

  1. Éééééééé!!
    Você nem respondeu esse e-mail. Pensei até que nem tivese lido.
    Legal!!

    Bjos,

    Mademoiselle.

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  2. Essa menina está fazendo sucesso por aqui.

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  3. pois é tá bom de dividir o blog com ela, quem sabe seus textos são tão argumentativo e persuasivos quanto...

    MD

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