Quando cheguei ao RJ, há 40 anos, Dahas Zarur era decantado como um samaritano elevado a condição de novo messias...
Na rádio Globo eu estava os prodígios caridosos do Zarur eternizado como santo irretocável...
A cada vez que um ouvinte carente se dizia acometido de alguma moléstia o apresentador ligava, ao vivo, para o Zarur que aviava o doente para atendimento aos médicos da Santa Casa...
Transparecia que Zarur era tão caritativo que enfiava dinheiro do próprio bolso para bancar a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro...
Todos locutores da Globo anunciavam e repetiam exaustivos que Zarur doava seu tempo e energia em prol dos pobres sem receber um centavo em troca...
Na própria página de hoje da Santa Casa, Dahas Zarur é descrito como protetor de criancinhas...
Dahas Zarur construiu, na surdina, uma fortuna difícil de calcular o valor...
A Santa Casa de Misericórdia do RJ está falida e dilapidada enquanto Dahas Zarur está rico...
Dahas Sarur tem mãos trêmulas, pernas bambas e sua memória, apesar de firme, não recorda mais quantas propriedades comprou a custas de safadeza...
Muitos morreram nos corredores por carência de recursos da Santa Casa enquanto Dahas Zarur roubava amiúde...
Dahas Zarur não irá para a cadeia apesar de pilhar até sepulturas...
Dentro de poucos dias Dahas Zarur morrerá e seus filhos e netos herdarão sua fortuna incalculável construída sobre os cadáveres da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro...
Dahas Zarur é destas figuras abjetas glorificadas pela Globo que somente a democracia da Internet recontou seu verdadeiro curriculum de bandido...
Jorge Schweitzer
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