segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Débora Colker é constrangida em voo da Gol ao embarcar com neto de três anos de idade portador de epidermólise não contagiosa
BRUNO GÓES
RIO — A coreógrafa Débora Colker e sua família passaram por momentos de constrangimento após o embarque em um voo da Gol na tarde desta segunda-feira.
Quando voltavam de Salvador para o Rio de Janeiro, a tripulação da aeronave exigiu um atestado com especificações da doença de seu neto, de apenas três anos, que possui epidermólise bolhosa, uma doença genética não contagiosa.
O avião decolou com uma hora e meia de atraso, somente após a chegada de um agente da Polícia Federal (PF) e de um médico da Infraero.
— A gente fez o check in e chegaram a perguntar qual era a doença dele. Dissemos que era uma doença genética, epidermólise bolhosa. Então, já no avião, com as portas fechadas, o comissário exigiu um atestado. Nós queríamos voltar para casa, mas fomos tratados de forma indelicada e grosseira. E o pior: na frente da criança —relata Débora.
Segundo ela, a tripulação queria que sua família saísse do avião.
Tentaram convencê-la a sair junto com o seu neto e sua filha, Clara, mãe da criança.
Débora diz que o menino já viajou para vários lugares de avião, inclusive para o exterior, e que nunca ocorreu algo parecido.
— Foi uma atitude preconceituosa, discriminatória. Um total despreparo. Depois de um tempo tentando nos tirar do avião o médico da Infraero chegou e perguntou: 'Que doença é essa?'. Dissemos que era epidermólise bolhosa. Ele então confirmou para o comissário que a doença era essa e que não havia problema. Mesmo assim, ele exigiu o atestado. O médico então teve que fazer um atestado em um papel qualquer. A família disse que vai processar a Gol. Débora afirma que a ação “não é pelo dinheiro”, mas para que a companhia "saiba lidar com pessoas com doenças raras".
— É uma doença cruel, esteticamente difícil de lidar por causa da aparência — diz ela sobre os ferimentos na pele da criança.
De acordo com o relato da artista, alguns passageiros ficaram indignados com a atitude da tripulação e começaram a filmar a abordagem.
Quando os celulares registravam o momento, foi anunciado que era proibida a gravação.
— Fiquei muito triste. E é muito doloroso. Chegando de táxi em casa, o presidente da Gol me ligou pedindo desculpas. Aí eu pensei: e se eu não fosse uma pessoa conhecida? Receberia essa ligação?
Débora e a família voltavam de Salvador, onde a coreógrafa fez três apresentações.
Em nota, a Gol diz que está apurando o ocorrido:
"A GOL preza pelo respeito aos clientes e as normas de segurança. Em relação ao voo G3 1556 (Salvador/BA - Rio de Janeiro / RJ), esclarece que está analisando o ocorrido e tomará as medidas cabíveis. Atenciosamente, GOL Linhas Aéreas Inteligentes"
PS: Sob pretexto de alguma reclamação de passageiro, o comandante da Gol se negou decolar com a criança a bordo... Faltou, no mínimo, habilidade para contornarem o cruel mal entendido ainda no balcão de embarque... Exporem a criança e a família a esta situação de constrangimento público é deplorável sob todo e qualquer aspecto... JS
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