sábado, 3 de março de 2012

Jean-Paul Sartre e Jorge Schweitzer: O Ser e o Nada...






Em certa campanha eleitoral para governo do Estado do RJ, o então candidato combinou me dar entrevista exclusiva para o 'Táxi em Movimento' muito antes de se tornar governador...

Me chamou de 'amigo' e coisa e tal...

Ele ainda estava em baixa nas pesquisas...

Seus assessores foram ágeis a descobrir que o candidato estaria entrando numa roubada quando eu mirasse minha câmera em sua direção ao pesquisarem quem seria Jorge Schweitzer na Rede...

Recebi email do próprio:

- Schweitzer, os trâmites não são esses! Se encaminhe à minha assessoria de imprensa.

Que eu pude traduzir como um 'voce sabe com quem está falando?' ao descrever seu curriculum e descendência que acreditava nobre...

Não perdi viagem...

'O senhor já ouviu falar em Jean-Paul Sartre? Pois Sartre necessitou de um Schweitzer para se tornar o escritor, filósofo e pai do existencialismo. Linhagem por linhagem, posso enumerar Charles e Albert em minha arvore genealógica. Não quero mais entrevistá-lo, senhor.'

Citar pensadores nos agrega pose de intelectual que impressiona interlocutores...

Declarar proximidade direta soterra qualquer intenção de menosprezo, mesmo que seja um blefe de brincadeira...

Sartre odiava seu avo Charles Schweitzer, tio de Albert Schweitzer, que lhe obrigava ler clássicos em sua biblioteca enquanto as crianças da mesma idade brincavam lá fora...

Pos bueno...

Hoje, pela manhã, acompanhei o Globo Ciencia sobre Sartre e Simone de Beauvoir...

Relembraram...

'O existencialismo sartriano concede importante relevo a responsabilidade: cada escolha carrega consigo a obrigação de responder pelos próprios atos, um encargo que torna o homem o único responsável pelas consequências de suas decisões...

E cada uma dessas escolhas provoca mudanças que não podem ser desfeitas, de forma a modelar o mundo de acordo com seu projeto pessoal...

Assim, perante suas escolhas, o homem não apenas torna-se responsável por si, mas também por toda a humanidade...'

No final do programa, alunos de filosofia foram convocados pelo apresentador para desenvolverem um samba com letra e música em homenagem a Sartre...

Duvido que Sartre, se vivo, aceitaria qualquer pagode Global em sua memória...

Duvido!



Jorge Schweitzer





Um comentário:

  1. Adorooooooooo

    Porque há simplesmente o ser e não antes o nada??

    Eis a grande questão fundamental da metafísica, com a qual se ocupou Heidgger, um grande pensador Alemão. O pensamento de Heidgger é abismal,para Heidgger é preciso estar envolvido com a questão não é simplesmente querer saber.

    Eu gosto do nada...
    Para mim o nada é tudo e o tudo é nada.

    Perguntar pelo “nada” embora pareça para a ciência uma insensatez, uma precipitação num âmbito desconhecido, restabelece novamente uma relação entre o nada e o ser. . (Heidegger,1990. Pag 50-55) “O puro ser e o puro nada são, portanto os mesmos” (Hegel. Ciência da lógica. Livro I)



    Mas como entender a nadificação do nada na concepção Hedggeriana???
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    "Martin Heidgger e Jorge Schweitzer: Ser e tempo"

    Esse título combina mais com o táxi.


    Marinalva

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