segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Comandante da PM RJ, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, é exonerado por Beltrame






Comandante da PM do Rio é exonerado do cargo 


Paolla Serra 


Após uma conversa de mais de duas horas, o secretário de Segurança do estado do Rio, José Mariano Beltrame, decidiu exonerar do cargo o comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro Costa Filho. 

O secretário informou que está avaliando o nome do sucessor de Erir. 

- Mudanças fazem parte do processo de gestão e devem ser vistas com naturalidade - disse o secretário, por nota. 

Ele destacou o empenho da Erir da Costa da Filho ao longo de 1 ano e dez meses à frente da PM. 

- Quero destacar o trabalho e a integridade do comandante Costa Filho, além de seu amor à corporação que comandou - afirmou o secretário no mesmo texto. 

'Não tenho tempo para intrigas' 

Mais cedo, na tarde desta segunda-feira, Erir havia desconversado sobre uma possível saída do cargo. 

Ele chegou a afirmar que não tinha "tempo para intrigas". 

- Estou trabalhando. Eu tenho que trabalhar para uma sociedade de 16 milhões de habitantes. Quem faz fofoca é porque não está trabalhando. Eu não tenho tempo para intrigas - respondeu ao EXTRA, ao ser questionado sobre a exoneração. 

A saída do comandante começou a se desenhar após várias polêmicas recentes, incluindo a atuação da PM durante os protestos no Rio de Janeiro. 

A última querela se deu depois da revogação de punições de "menor potencial ofensivo" a policiais, no fim da semana passada, revelada pela Berenice Seara, do EXTRA. 

Beltrame disse que a decisão "o pegou de surpresa" e que estuda a revogação do decreto. 

Nesta segunda, foi anunciado que essa decisão caberá ao novo comandante, ainda não escolhido. 

Sobre este caso, o agora ex-comandante Erir afirmou que a anistia é apenas para punições administrativas e que "não afetam a sociedade". 

Ele negou ainda que tenha assinado o decreto por questões políticas, como uma candidatura a deputado nas próximas eleições. 

- É a segunda vez que falam que vou ser deputado. Não vou ser deputado. Sou policial militar - garantiu. 

Polêmicas no Twitter 

Recentemente, até mesmo a gestão do perfil da PMERJ no Twitter virou alvo de críticas. 

Depois de um protesto, a conta oficial da corporação acusou a OAB-RJ de atrapalhar a polícia, postou foto dos comunicadores do grupo Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação), acusando-os de incitar a violência, e ainda se rasgou em autoelogios. 

Uma semana antes, o perfil já havia entrado em debate com o deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, e com advogados da OAB-RJ. 

O secretário José Mariano Beltrame se manifestou: 

- No momento em que administramos uma situação tão complexa, o importante é manter o foco. Algo fora disso passa a ser desnecessário - criticou, sem citar especificamente nenhum dos posts da PM. 

Ao EXTRA, a Polícia Militar afirmou apenas que a “gestão” dos 140 caracteres cabia ao então comandante, o coronel Erir Ribeiro Costa Filho. 

Crise anunciada 

Há dez dias, a coluna "Extra Extra!", de Berenice Seara, já havia revelado o estremecimento da relação entre Erir Ribeiro e José Mariano Beltrame. 

O secretário de Segurança chegou a levar a Sergio Cabral o seu descontentamento com a chamada crise de comunicação da Polícia Militar, e deixou nas mãos do governador uma possível mudança no posto. 

Cabral pediu mais tempo para analisar todos os argumentos, pois avaliava que o coronel é “leal ao governo”. 

O mais provável, contudo, era que o pedido de Beltrame fosse mesmo aceito, sobretudo pela popularidade razoável que seu nome ainda agrega. 

Ao mesmo tempo, Erir dizia a interlocutores próximos que havia passado a despachar diretamente com o governador, sem a intermediação de Beltrame.



PS: Durante a JMJ tive contato com um soldado da PM que reclamava a falta de folga desde que os protestos de rua começaram no RJ e emendaram na visita do Papa... Comentou que só tem ido em casa para trocar de roupa, dar um abraço no seu cachorro e voltar pras ruas... Quis saber sobre estas horas a mais de trabalho e me falou que a cada 12 horas a mais recebem R$ 280,00 pelo período... Só que existe uma limite de 60 horas por mês que não estão sendo observadas em razão de dois episódios somados que impedem a folga regulamentar para descanso... De um lado o coronel Erir foi encurralado pelos episódios e de outro a tropa insatisfeita  pressionada pela escala exaustiva... A revogação de punições e anistia para PMs infratores para tentar ampliar o quadro de policiais em serviço foi uma atitude do comandante Erir que sem dúvidas ele sabia que não seria bem aceita pela sociedade... Tomara que esta sua opção não tenha sido com objetivo eleitoreiro para mais tarde se lançar candidato... Os novos tempos não são compatíveis com oportunismos baratos... Coronel Erir tem excelente retrospecto como policial e ficaria incompatível em sua biografia  se lançar candidato desgrudando-se do desastroso Cabral só para ficar bem perante a sociedade como novo opositor de ocasião.... JS



   

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