sexta-feira, 12 de julho de 2013

UGT paga cachê de R$ 70 para arregimentar 'manifestantes' na Avenida Paulista





Manifestantes' ganham até R$ 70 para ir a ato sindical na Paulista 



PAULO GAMA 

RICARDO GALLO 
FLÁVIO FERREIRA 

FOLHA DE SÃO PAULO 



Numa rua atrás do Masp, um grupo de 80 pessoas com camisetas da UGT (União Geral dos Trabalhadores) espera em fila a vez de preencher um papel. 


Trata-se do recibo de que ganharão R$ 70 por terem participado, vestidos como militantes, do ato de ontem na avenida Paulista. 


A Folha presenciou a entrega do recibo, que se deu por volta das 15h, quando a manifestação acabou. 


Mulheres de 30 e 40 anos e rapazes com aparência de pós-adolescentes entregavam uma pulseira numerada que usaram na manifestação a um homem de agasalho, que perguntava o nome da pessoa, preenchia o recibo e o entregava aos presentes. 


No documento, consta que o pagamento é uma ajuda de custo para alimentação e transporte. 


Na parte de cima do papel, há impressa a data e o nome da manifestação: "11 de julho - Dia de Luta". 


Em duas ocasiões, pessoas que organizam o grupo abordaram a reportagem e pediram para que deixasse o local. 


Na fila, as pessoas confirmaram que não tinham relação com sindicatos filiados à UGT e que foram ao ato apenas para receber os R$ 70. 


Com medo de represálias, não quiseram dar o nome. 


A UGT é presidida por Ricardo Patah, sindicalista filiado ao PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab. 


Ele negou que a central tenha pago manifestantes. 


QUAL SINDICATO? 


A UGT não foi a única central a ter pessoas que receberam dinheiro. 


A Folha falou com um rapaz e uma mulher com camisa da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros): 


Folha - A que sindicato você pertence? 


Rapaz - Ixi... Qual o nosso sindicato mesmo [pergunta para a mulher ao lado]? 


Mulher - Este aqui, olha: CSB [e aponta para a camisa que vestia]. 


Folha - Mas o CSB é uma central sindical. Qual o sindicato específico? 


Mulher - O dos trabalhadores... [Não existe um sindicato que represente genericamente "trabalhadores".] 


Depois, ela declarou que foi à Paulista por R$ 50. 


Em seu site, o CSB elenca como afiliados, por exemplo, o sindicato dos trabalhadores de processamento de dados do Estado, entre outros. 


O dirigente da entidade presente à passeata negou pagamento aos militantes. 


Tanto os manifestantes da UGT quanto os da CSB ficavam, com bandeiras e balões, diante do caminhão em que foram feitos os discursos. 


Ao final do ato, militantes de outras centrais sindicais rumaram para a Consolação. Instados a continuar por pessoas com bandeira do PCO (Partido da Causa Operária) - de ideologia comunista trotskista -, os militantes da CSB e da UGT se recusaram: queriam ir embora.





PS: Não falei?!... JS





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