quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vídeo pode ajudar polícia esclarecer morte de Gualter Rocha, o Gambá rei dos passinhos do funk



Herculano Barreto Filho


Gualter Damasceno Rocha, de 22 anos, se foi. Mas os passinhos de funk de Gambá, como era conhecido, se tornaram a herança de uma arte marginalizada e, quase sempre, restrita aos bailes nas favelas do Rio. Depois de ser eternizado na internet, é exatamente um vídeo que permanece em sigilo que pode ajudar a solucionar um crime ainda sem explicação.

O vídeo não mostra Gambá exibindo os passos da dança que conquistaram o público na batalha de passinhos, em setembro do ano passado. O dançarino, que ganhou projeção nos últimos meses e brilhou no show da cantora Preta Gil, no dia 30 de dezembro, na quadra da Mangueira, aparece fugindo. E, segundo relato de testemunhas e de um funcionário da empresa que entregou o vídeo à Divisão de Homicídios (DH), os últimos passos de Gambá foram de desespero.

‘Ele estava fugindo’

Nas imagens captadas pela câmera de vigilância de uma empresa próximo ao local onde ele foi encontrado morto e sem identificação, na Rua Pesqueira, no dia 1 de janeiro, Gambá aparece. Sem camisa, corre no caminho contrário ao posto de gasolina onde teve um suposto desentendimento com uma atendente. Para, olha e volta a correr. O curioso é que não é perseguido a pé. As imagens também mostram os carros na rua — um deles pode ter sido usado pelos assassinos.

— Ele estava correndo, sem camisa. Olhou para trás e voltou a correr. Estava fugindo. Mas não apareceu ninguém correndo atrás dele — contou um funcionário da empresa.

A atendente do posto foi ouvida pela polícia. Procurada pelo EXTRA, negou qualquer tipo de desentendimento com Gambá.

Fuga e desespero

A versão foi confirmada por outro funcionário. Segundo ele, o rapaz estava transtornado. Chegou a derrubar os produtos vendidos na loja de conveniência.

— Ele dizia que estavam atrás dele — contou.

Uma manicure de 61 anos, que mora na Rua Pesqueira, foi a última pessoa a ver Gambá. Ela estava na cozinha, preparando o primeiro almoço do ano para a família, quando se assustou ao ouvir um barulho no portão. Era Gambá, pendurado nas grades e pedindo para entrar. Instantes depois, o dançarino apareceu morto, a 200 metros dali.


PS: Toda Leopoldo Bulhões até a Praça das Nações possui inúmeras câmeras, inclusive dos fundos da Fiocruz, em razão que é área de alto risco... Não deve ser muito complicado procurar a placa dos automóveis que perseguiam Gambá... Ah, sim: foi divulgado que a cantora Preta Gil bancaria o enterro do Gambá... Não ocorreu, na verdade Preta Gil só teve despesas ao confeccionar algumas camisetas com a imagem do dançarino; o sepultamento foi aquele gratuíto mesmo que a Santa Casa de Misericórdia RJ disponibiliza para familiares que apresentam atestado de pobreza... JS







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