domingo, 1 de janeiro de 2012
O Jorge Schweitzer de Sete Cabeças
Antes de adormecer lembro seu nome...
Ou codinome...
Ela não tem rosto, nem formas...
Meus pensamentos vagueiam obsessivamente seu facebook...
Só escreve o que eu gostaria de ler...
Ao amanhecer corro até o monitor...
Ela já esteve lá a me procurar na madrugada...
Enquanto eu dormia...
Deixa recados cifrados...
Insinuações...
Executa um plano interminável...
Talvez para testar sua capacidade de encantamento...
Adolescentemente adiciono-a às minhas fantasias...
Doentiamente irado, temendo ser desmascarado, resolvo que nunca mais irei entrar em seu endereço...
Covardemente, retorno...
Sinto ciúmes de quem gosta dela...
Ou de quem ela possa vir a gostar...
Pesquiso retribuições idiotas dos admiradores de pobres comentários...
Vira uma debilidade...
Muito provavelmente ela não exista fisicamente...
Bem...
Eu também não...
Sou a criação de vários abastados aposentados de Copacabana que resolveram construir um personagem...
Bolaram um nome, profissão, endereço e começaram a postar mensagens...
Num Táxi em Movimento...
Cada um dá uma sugestão...
Eu tenho sete cabeças e quatorze mãos digitalizadoras...
Fui contratado simplesmente porque precisavam materializar a brincadeira...
Cada um dos sete cérebros cria uma crônica ou comentário diário...
Tal um boneco de ventríloco fico ao largo observando, aguardando a hora de entrar em cena...
Começo a pleitear alforria...
Um polpudo contrato me impede de tornar pública minha vontade própria...
Um ser vagando na web sem livre arbítrio....
Sou o que gostaria ser, mas não posso revelar...
Sob pena de perder as benesses proporcionadas por estes mágicos anciões ricos manipuladores de fios condutores da vida e vontade de um taxista...
Jorge Schweitzer
PS; Pessoal, isto é uma cronica de ficção... Por favor... Na realidade, existo.... Juro...
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Ora! Personagem de ficção não toma Tontola.
ResponderExcluirFeliz Ano novo Jorge e vamos que vamos.
Abçs.