terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Pílula para matar a sede...

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Descobri que posso viver sem internet...

Basta não escrever mais ou sequer abrir a caixa de recados...

Nos primeiros dias parece abstinência de viciado...

Depois ameniza...

Logo após, você avalia que se sumir por completo é melhor para tocar sua vida de forma incógnita como deve ser...

Lógico...

Descobri estar deixando prá trás problemas pessoais sem resolvê-los após encarapuçar casquete e ridícula lança de Quixote ao me propor a degladiar contra cataventos alheios...

Ou...

Entre ranzinza e irado enfrentando Fristões que raptam papiros para subverterem a verdade...

Descobri que minha presença na Rede é totalmente secundária...

Minhas noites de sono tem sido mais calmas...

Até retornei antigos contatos que se surpreenderam com meu telefonema...

Passei a caminhar pela orla olhando o mar...

Uma beleza...

Há muito tempo não me sentia tão bem...

Ao brigarmos contra demônios reais remoemos sentimentos ruins que acabam povoando nossos pesadelos...

É muito mais comodo deixa-los livres circulando por aí...

Empurramos nossa consciência para debaixo de cada um de nossos tapetes e ponto...

Algo como a solução para nossas angústias que nos esquivamos de compartilhar a indignação quando a tragédia bate na porta de algum semelhante que continuará estraçalhado enquanto tocamos nosso cotidiano medíocre...

Não sabemos como podemos ajudar, mas mantemos repertório farto para ficarmos ao largo...

Tal o inventor da pílula para matar a sede ao informar que necessário engulila com dois copos cheios d'água...

Mas...

Prometi voltar em sete dias e não deixei de cumprir muito embora havia imaginado prorrogar o prazo para mais um mês e explicar prá voces...

Porém...

Neste tempo de silêncio por aqui....

Recebi xingamentos que me incentivaram a voltar a escrever...

Desdenhando de minha covardia...

Vou responder...

Um por um...

Foi meu incentivo...

Se todos inimigos houvessem calado, talvez eu nem mais retornasse...

Mas...

Voltei...

Quem mandou?




Jorge Schweitzer



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