sábado, 25 de dezembro de 2010

Maestro Rodrigo Affonso no Táxi em Movimento...

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Um rapaz de estiloso cabelo comprido apanha meu táxi em Copacabana...

Engraçado esta coisa da maneira que a pessoa te cumprimenta...

Você logo saca que se trata de alguém incomum...

Já narrei por aqui quando conheci Danni, sócia do Miam Miam e do Oui Oui...

Curioso pessoas assim que nos impressionam logo nos primeiros três minutos...

Conversamos sobre vários assuntos...

E o meu passageiro sempre pontuava com observações apropriadas...

Daí:

- Pô, voce faz o que na vida?

- Sou maestro e moro na Alemanha...

- Mais um maestro com cara de me menino; conheço pessoalmente o Carlos Prazeres...

Fomos falando sobre o Carlos Prazeres, seu irmão e meus desencontros com o Carlos para eu tentar entrevistá-lo aqui para o 'Táxi em Movimento'...

Trocamos elogios merecidos também para o Karabtchevsky que é um batalhador incansável para a popularização da música clássica...

Pois bem...

Rodrigo Affonso tem 31 anos de idade e mora em Frankfurt...

Perdeu seu pai recentemente - que o destino lhe permitiu oportunidade de uma despedida antes da partida - e agora retornou ao Brasil para passar Natal e Ano Novo com sua mãe e familiares...

Atualmente existem poucas possibilidades profissionais do Rodrigo retornar ao Brasil...

Na Europa as chances desses talentos são amplas...

Por aqui praticamente dedicam-se à profissão como um sacerdócio inglório...

O poder público trata cultura como ferramenta política a ser manipulada fomentando somente a criação de feudos que se aproveitam das verbas públicas em causa própria sem retornarem a sedimentação da melhoria da qualidade da cultura empurrada guela abaixo no povão...

Torra-se grana do erário, através da Lei Rouanet, para a Bradesco Seguros fincar árvore de Natal na Lagoa; para lançamento do DVD e turnê do ex-ministro Gilberto Gil ou para captação de recursos públicos para o inacreditável filme da Bruna Surfistinha com a maior cara nada santa deste mundo tupiniquim...

Não existe um projeto sério de governo que tenha a percepção que tornar acessível a música clássica ou eventos de qualidade desencadeiam na população outros sentimentos...

Infelizmente...





Jorge Schweitzer







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