terça-feira, 9 de novembro de 2010

A cada ano o Enem se supera...

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Neste ano foram os cabeçalhos invertidos no formulário de respostas...

O MEC afirma que monitores alertaram os alunos sobre a confusão...

Mentira...

A mancada somente foi descoberta por alunos em sala; os fiscais não tinham nenhuma informação antecipada sobre o erro...

Uma aluna com catapora teve negada uma sala especial apesar da organização do concurso ter sido alertada com antecedência...

Ano passado as provas do Enem foram furtadas dentro da gráfica...

Uma bagunça generalizada sem nenhum respeito com o dinheiro público...

Jogar adolescentes estressados numa arapuca destas não privilegia os melhores talentos intelectuais...

Sairia mais barato fiscalizar escolas de ensino secundário e médio planilhando o desempenho do aluno...

É só fazer as contas...

Né não?




Jorge Schweitzer




PS: Sabem o que o Lula acaba de declarar na África? 'Sucesso do Enem foi total'... Sem comentários...









4 comentários:

  1. Jorge:
    Sabe o que o Willian Bonner acabou de declarar no Jornal Nacional em ampla matéria com direito a chamada dos Estados Unidos? Que lá também acontecem dessas coisas, pois no ano de 2005 ocorreu caso idêntico. Vejam aqui o link;
    http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/11/enem-americano-tambem-ja-apresentou-problemas.html
    Resta-nos o consolo de não nos sentirmos Homer Simpson e sim, "Espíritos Rebeldes".
    Abração caro Jorge.

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  2. Jorge,

    navegando pelas notícias sobre o Enem e ouvindo relatos de pessoas que participaram de mais esse fiasco federal, coletei a seguinte lista de falhas.

    1-Troca no cabeçalho das folhas de respostas:
    a-dependendo do local da prova os alunos foram orientados a seguirem o cabeçalho ou a numeração,
    b-mais tarde, as salas que estavam seguindo pelo cabeçalho receberam a informação que o correto seria pela numeração das questões. Com uma boa parte das questões já preenchidas (à caneta) ficou impossível fazer
    qualquer tipo de correção,
    c-para quem preencheu as respostas todas na ordem invertida, sobrou a possibilidade de se fazer a correção invertida da prova. Detalhe: são aproximadamente 70.000 pessoas nessa condição.

    2-Falha na montagem dos cadernos de questão:
    a-cadernos com folhas a mais e questões repetidas,
    b-cadernos com folhas faltando.

    3-Erros de digitação
    a-cadernos com erros de digitação graves atrapalhando o entendimento das questões,
    b-questões sem uma alternativa correta ou com mais de uma opção certa.

    4-Texto ilegível
    a-classes inteiras receberam cadernos ilegíveis.

    5-Uso de lápis, borracha e relógio
    a-em muitas salas não foi fiscalizado o uso de lápis e borracha e foram vistos vários alunos usando relógios durante a prova. Quem levou lápis e borracha conseguiu fazer a prova com mais tranquilidade sem ter que ficar procurando um lugar vazio na prova para fazer seus rascunhos,
    b-um capítulo à parte nesse Enem foi a total falta de treinamento dos fiscais sobre como divulgar o tempo de prova, uma vez que era proibido o uso de relógios.

    Enquanto em algumas salas os fiscais informaram o
    horário quando perguntados, em outras restringiram-se a informar apenas quando faltava meia-hora para o final do tempo de prova. Lembrando que a prova tinha quatro horas e meia no sábado e cinco horas e meia no domingo.

    6-Quebra de sigilo
    a-de vários locais do país pessoas colocaram mensagens no Twitter de dentro das salas de prova,
    b-não foi respeitado o horário mínimo de permanência na sala e pessoas puderam deixar as salas com pouco tempo de prova,
    c-o tema da redação vazou algumas horas antes do início da prova.

    Com toda essa bagunça no processo, testemunhada por quase quatro milhões de inscritos, os responsáveis se manifestaram da seguinte maneira:

    -a gráfica diz que pela quantidade de material impresso a quantidade de erros está numa faixa aceitável, "dentro da normalidade técnica". No caso, 21.000 provas impressas com problemas,

    -o "excelentíssimo" ministro diz que não há como se fazer uma avaliação de nível nacional sem que ocorram erros e falhas (misturando falta de energia elétrica com erros inadmissíveis no processo de revisão do material e impressão das provas). De imediato, saiu atirando contra a gráfica para, posteriormente, ver divulgada a informação que as matrizes já saíram com os erros do INEP.

    -o MEC tenta minimizar o problema, transformando quase 30.000 provas com diversos tipo de erro em "no máximo 2.000 alunos com problemas pontuais". A piada continua quando declara que o "número de prejudicados diminui a cada dia que passa",

    -cada vez que o governo se pronuncia sobre o assunto, bate na tecla das porcentagens, fingindo não saber que atrás de cada "um porcento" estão mais de 30.000 alunos prejudicados,

    -o INEP vem com a "historinha" do sistema TRI que permite realizar a prova em datas diferentes mantendo o mesmo nível de dificuldade para ambos os alunos avaliados.

    Já para o nosso "prizidente" esse Enem foi um "sucesso extraordinário".

    A mim pareceu mais um espetáculo de circo.

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  3. Depois que o Lula disse que quem criticava o Enem estava com inveja do sucesso da prova, apareceu essa no Twitter:

    "A inveja é uma... prova do Enem."

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  4. Quando vejo uma "lambança" de âmbito federal como foi esse Enem, fico me indagando o que será que ocorre em processos similares como apuração de eleições e censos demográficos...

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