sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Bom Dia Rio de Janeiro!

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Helicópteros sobre nossas cabeças lembram Bom Dia Vietnã...

Sirenes e caveirões não combinam com o Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara...

Viaturas cantando pneus e soldados com fuzis cruzados ao peito também não...

Isto não é Rio de Janeiro...

Parece "Guerra do Terror" da ex-esposa do Cameron....

Parece ficção de locação cinemográfica barata onde o Incrível Hulck ou Stallone aproveitam a mão de obra merreca local para desenvolverem suas performances repletas de canastrices imbecis nesta república de bananas nanicas...


O Rio está mais como cenário romântico de "A Saga do Crepústulo: Amanhecer" do que a realidade da Globo News flagrando ratos humanóides amontoados sobre camionete ou motoclicletas entre a Chatuba da Vila Cruzeiro e o alto da fronteira com o Completo do Alemão, antiga fazenda de Café...

Já estive dentro da sombria Vila Cruzeiro logo após o assasinato de Tim Lopes...

Numa noite de sábado onde o platô da Chatuba era palco de um baile funk com um caminhão inacreditável com paredão de caixas de som tinha intervalo para o pastor Marcos Pereira evoluir em exorcismo inacreditável párapápápáparápapá...


Fiquei tão chapado com a maresia de maconha no ar que imaginava que ninguém iria jamais acreditar na bizarrice funk-pentecostal que contaria por aqui...

Ainda bem que existe filme no YouTube a comprovar minha narrativa...

Vila Cruzeiro é uma comunidade pequena em comparação ao Complexo inteiro do Alemão que inicia em Bonsucesso; cruza Ramos; Olaria; Inhaúma e acaba na Penha...

Na verdade, Vila Cruzeiro - que o jogador Adriano adora e foi pilhado pela sua noiva que ameaçou amarrar na árvore e o goleiro Bruno jurou que lhe enfiaria a porrada se quebrasse seu retrovisor - fica fora do Complexo do Alemão...

Aquela estrada no topo, onde bandidos fugiam como baratas tontas, trata-se da fronteira...

O Rio de Janeiro de meu Deus é outra coisa...

Rio de Janeiro é praia; domingo; maracanã; futebol...

Mas...

Rio de Janeiro é também composto de replicantes bonecos do Minc e Gabeira que apertam um baseado e não se sentem culpados por fomentarem o poder armado em bumerangue que nos põe de joelhos diante da bandidagem evoluindo a beira da Igreja da Penha...

Qualquer babaca que bate uma carreira inteira na Baroneti também deve estar indignado como cidadão encurralado feito um trouxa dentro de seu apartamento de Ipanema...

Só que seu fucinho esmerilhado pelo pó produz capital de giro para aquisição do fuzil bandido da Vila Cruzeiro...

Seu cigarro de maconha bafora financiamente de pistola .40 do vagabundo que lhe enfiará medo no rabo...

Traficante de favela jamais resgata viciado no asfalto e lhe transporta amarrado até a boca de fumo para consumir...

Só vai lá quem quer...

E estes 'vai-quem-quer' são a ponta da iceberg social de levou a nau do Rio de Janeiro ficar a deriva emparedada pelo medo...

As normas legais de enquadramento de consumidores de drogas têm que ser repensadas...

Bandido não pode ter privilégio na cadeia...

Cadeia é castigo...

Não pode ter banho de sol, advogado pombo correio e encontro íntimo...

Encontro íntimo tornou-se tão patético que até homossexuais podem solicitar que seus parceiros façam partem da nojeira...

Bandido somente merece encontro íntimo permissivo com outro prisioneiro igual...

A expansão de benefícios prisionais vulgarizou o castigo...

Qualé?

Querem prazer?

Que se comam uns aos outros...

Contato com mulher deve ser como naquela cena patética do "Expresso da Meia Noite"...

Justiça é uma concepção da sociedade organizada para contemplar somente quem não comete barbaridades...

Bandido é bandido...





Jorge Schweitzer












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