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Não sei...
Aconteceu novamente...
Parece praga...
Sábado de sol, 16 horas...
Um homem está deitado em posição fetal no meio da Avenida Chile em frente a estátua do Papa João Paulo II na Catedral...
Carros e ônibus aceleram na avenida ampla e desimpedida...
Já bem próximo desviam...
Salto do carro...
Tem aspecto de morador de rua, algo em torno de 40 anos, branco...
Seu joelho direito está ralado e o lóbulo de sua orelha esquerda sangra...
Peço para que saia dali...
Seu olhar é perdido...
Coloca a língua prá fora várias vezes como um lagarto...
Cheira muito mal...
Não tem cheiro de bebida...
Tem cheiro de fezes...
Penso em pegá-lo no colo mas percebo que evacuou e sua bermuda está empapada no asfalto...
Coloco minhas mãos por baixo de seus braços e arrasto até o meio-fio enquanto automóveis dificultam minha ação como se quisessem nos acertar...
Grito palavrões para os motoristas e para Deus que jamais me escuta...
Recordo que sempre penso em carregar no carro luvas cirúrgicas para estas ocasiões...
Só lembro quando me envolvo em novo episódio...
Nos dois anteriores, exatamente iguais (um menino de rua na São Clemente em frente ao Colégio Santo Inácio e um homem negro no Túnel Frei Caneca próximo ao jornal O DIA), tive sucesso ao subornar com uns trocados e fazê-los obedecer...
Desta vez o homem não esboçou reação ao lhe mostrar dinheiro...
Falo, falo, falo...
Ele não percebe minha presença...
Vou embora...
Antes de segurar no volante lavo as mãos com Veja multi-ação que carrego na mala...
Dou uma volta no quarteirão...
Ele continua no mesmo lugar que o deixei...
Pego uma passageiro em frente a Petrobrás à caminho do Shopping Tijuca...
Passamos ao lado do homem de rua...
Conto o que aconteceu...
Fico a imaginar que deveria ter feito mais...
Ligado para algum socorro para recolhê-lo...
Não fiz...
Tenho que tocar minha vida...
Todos temos...
Somos hipócritas...
Enquanto escrevo fico pensando se este homem ainda estará vivo...
Onde está neste momento?
Debaixo de algum viaduto, num albergue ou no necrotério?
Por quê Deus não socorre este homem?
Por quê ele não sabe mais rezar?
Por que ele não lê aquele biblão chato?
O que este homem fez para ser condenado àquele destino?
Por quê Deus contempla com conforto, sorte, profissão, agasalho e comida farta alguns mentirosos que lhe enviam mensagens oportunistas e condena a miséria ultrajante quem não tem mais nem trajes descentes para adentrar um templo picareta?
Qual a lógica?
Qual o senso utilizado para massacrar seres humanos seus filhos que foram sendo encurralados pela falta de oportunidades até chegarem ao limite degradante?
Este infeliz deve ter optado por ser atropelado para acabar com seu calvário...
Está doente...
De corpo e alma...
Não tem volta...
Deus irá matá-lo, se já não O fez...
E possivelmente enviá-lo ao Inferno...
Deus é Fiel?
Duvido...
Jorge Schweitzer
PS: O texto acima foi postado em 13/março/2008 no http://voceachacerto.blogspot.com/2008/03/no-sei.html - Estou reproduzindo para uma amiga que me pediu para descrever Deus...
Aconteceu novamente...
Parece praga...
Sábado de sol, 16 horas...
Um homem está deitado em posição fetal no meio da Avenida Chile em frente a estátua do Papa João Paulo II na Catedral...
Carros e ônibus aceleram na avenida ampla e desimpedida...
Já bem próximo desviam...
Salto do carro...
Tem aspecto de morador de rua, algo em torno de 40 anos, branco...
Seu joelho direito está ralado e o lóbulo de sua orelha esquerda sangra...
Peço para que saia dali...
Seu olhar é perdido...
Coloca a língua prá fora várias vezes como um lagarto...
Cheira muito mal...
Não tem cheiro de bebida...
Tem cheiro de fezes...
Penso em pegá-lo no colo mas percebo que evacuou e sua bermuda está empapada no asfalto...
Coloco minhas mãos por baixo de seus braços e arrasto até o meio-fio enquanto automóveis dificultam minha ação como se quisessem nos acertar...
Grito palavrões para os motoristas e para Deus que jamais me escuta...
Recordo que sempre penso em carregar no carro luvas cirúrgicas para estas ocasiões...
Só lembro quando me envolvo em novo episódio...
Nos dois anteriores, exatamente iguais (um menino de rua na São Clemente em frente ao Colégio Santo Inácio e um homem negro no Túnel Frei Caneca próximo ao jornal O DIA), tive sucesso ao subornar com uns trocados e fazê-los obedecer...
Desta vez o homem não esboçou reação ao lhe mostrar dinheiro...
Falo, falo, falo...
Ele não percebe minha presença...
Vou embora...
Antes de segurar no volante lavo as mãos com Veja multi-ação que carrego na mala...
Dou uma volta no quarteirão...
Ele continua no mesmo lugar que o deixei...
Pego uma passageiro em frente a Petrobrás à caminho do Shopping Tijuca...
Passamos ao lado do homem de rua...
Conto o que aconteceu...
Fico a imaginar que deveria ter feito mais...
Ligado para algum socorro para recolhê-lo...
Não fiz...
Tenho que tocar minha vida...
Todos temos...
Somos hipócritas...
Enquanto escrevo fico pensando se este homem ainda estará vivo...
Onde está neste momento?
Debaixo de algum viaduto, num albergue ou no necrotério?
Por quê Deus não socorre este homem?
Por quê ele não sabe mais rezar?
Por que ele não lê aquele biblão chato?
O que este homem fez para ser condenado àquele destino?
Por quê Deus contempla com conforto, sorte, profissão, agasalho e comida farta alguns mentirosos que lhe enviam mensagens oportunistas e condena a miséria ultrajante quem não tem mais nem trajes descentes para adentrar um templo picareta?
Qual a lógica?
Qual o senso utilizado para massacrar seres humanos seus filhos que foram sendo encurralados pela falta de oportunidades até chegarem ao limite degradante?
Este infeliz deve ter optado por ser atropelado para acabar com seu calvário...
Está doente...
De corpo e alma...
Não tem volta...
Deus irá matá-lo, se já não O fez...
E possivelmente enviá-lo ao Inferno...
Deus é Fiel?
Duvido...
Jorge Schweitzer
PS: O texto acima foi postado em 13/março/2008 no http://voceachacerto.blogspot.com/2008/03/no-sei.html - Estou reproduzindo para uma amiga que me pediu para descrever Deus...
Falando em Deus, vejo a notícia do menino que não recebeu o aparelho que salvaria sua vida. Aparelho garantido pelos pais na Justiça, mas que no jogo do empurra-empurra dos governos, nunca chegou ao menino. Copio a notícia abaixo tirada do site Globo.com.
ResponderExcluirMas também comento que se o brasileiro fosse menos passivo, se comportasse menos como gado e mais como cidadão, se cobrasse e tivesse consciênca de seus direitos, talvez não precisasse passar tantas horas pensando em Deus.
Dá pra aceitar esse nosso desejo de entender o mundo através de uma força superior. O pior de tudo é ver uma sociedade completamente alienada e manipulada por organizações religiosas, fábricas milionárias de enganação e ignorância.
Sobre o descaso dos governos para com o menino, pergunto porque o brasileiro insiste que é do bem??Quando uma sociedade negligente que mata suas crianças pode ser considerada do bem?? Quem são as autoridades diretamente responsáveis pela morte desse menino??Essas pessoas estão lá, matando crianças, porque aceitamos e aplaudimos tudo isso.
Otávio
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do site Globo.com
Eram 16h06 do dia 9 de agosto quando Fábio de Souza do Nascimento morreu de insuficiência respiratória. Ele viveu 14 anos, com os pais e a irmã mais velha, num condomínio popular de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Intimadas pela Justiça a fornecer a Fabinho um balão de oxigênio que poderia ter lhe salvado a vida, ao custo de R$ 520 por mês, autoridades dos governos federal, estadual e municipal discutiram, procrastinaram, ignoraram a determinação judicial até que fosse tarde demais.
O caso de Fabinho revela as falhas trágicas do sistema de saúde no Brasil, que pela lei deve garantir tratamento a qualquer cidadão, mas na prática tem de lidar com recursos escassos, que, em muitas ocasiões, levam ao descaso com as ordens judiciais. Submetido a um transplante de medula há quatro anos, ele desenvolveu uma doença pulmonar. Necessitava de um balão de oxigênio em casa. Seus pais conseguiram o equipamento na Justiça. Mas nunca o receberam. A União, o Estado e o município do Rio de Janeiro levaram seis meses empurrando a responsabilidade um para o outro. Aí ficou tarde demais.
Com apenas 1 ano e 7 meses, o filho foi diagnosticado com câncer. Tinha linfomas pelo corpo e teve de passar por vários tratamentos. Até que aos 10 anos passou por um transplante de medula, no Instituto Nacional de Câncer (Inca). Perto do Natal de 2006, quando Fabinho parecia ter pela primeira vez uma rotina normal de criança, começou a ter tosse constante e dificuldade de respiração. O diagnóstico: doença do enxerto contra-hospedeiro, uma reação do organismo às células recebidas no transplante. Ela pode atingir vários órgãos. No caso de Fabinho, foi o pulmão. Após alguns períodos de tratamento no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, os médicos recomendaram que ele tivesse em casa um aparelho concentrador de oxigênio. “Era uma forma de dar dignidade a sua vida e protegê-lo de crises respiratórias mais graves e fatais”, diz a pneumologista Marina Andrade Lima, que o atendeu nos últimos meses de vida e fez o laudo médico para a Justiça. Com o aparelho, as crises de Fabinho poderiam ser controladas, e, na avaliação dos médicos, ele tinha grandes chances de viver muitos anos.
Maria das Graças e Antônio procuraram a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro para entrar com uma ação. A Justiça lhes deu ganho de causa em dois dias: a União, o Estado ou o município do Rio deveriam fornecer o equipamento – imediatamente. Dois meses depois, em abril, a Defensoria telefonou para os pais de Fabinho. O aparelho não chegara. A União se defendia na Justiça dizendo que o Sistema Único de Saúde (SUS) descentraliza esse tipo de demanda, e quem devia pagar o aparelho era o Estado ou o município. O Estado apresentara decisões judiciais anteriores que dirigem ao município a atribuição. O município alegava que, por se tratar de um fornecimento de “alto custo” e “média complexidade”, era de responsabilidade estadual.
Ao tentar enviar a mensagem, o site Blogger.com dizia que minha mensagem tinha numero de caracteres superior ao permitido.
ResponderExcluirFui reduzindo e tentando enviar. Para minha surpresa todas as mensagens entraram. Minha intenção era enviar uma única mensagem, obviamente.
Otávio
DEUS é o único que ñ tem culpa do que ocorre com esse homem. ELE ama o ser humano e está de braços abertos para aqueles que se lembram dele e da permissão para ELE agir na vida, pois DEUS não é invasivo. Já o inimigo das nossas almas esse sim invade a vida e destrói levando o homem a perder sua dignidade e sua honra. DEUS quer que nos voltemos para ELE, inclusive esse homem e faça como o cego de jericó que ao avistar JESUS rogou e foi abençoado. Abri vossos corações e deixai DEUS agir ao invés de querer imputar-LHE culpa.
ResponderExcluirParece ser um descurso meu, não é.
ResponderExcluirtorno a repetir o que já postei em textos anteriores.
Não entendi como esse texto pode descrever Deus.
Porventura é culpa do criador do universo que fez tudo matematicamente perfeito toda essa desigualdade social? Muito pelo contrário, Deus fez brotar da terra toda árvore agradável a vista e boa para comida, e toda erva que dá semente para nos servir de mantimentos "GÊNESIS 1:29;5:9." (Mesmo quem não crê em Deus há de concordar com o relato de gênesis, que mostra a mesopotâmia como o celeiro do mundo e crescente fèrtil) Quem destruiu tudo isso e continua destruindo a natureza por motivos gananciosos é Deus?
Quem implantou o capitalismo e o consumismo que tem destruido de forma arrasadora nosso planeta foi Deus? sim, quanto mais consumimos sem necessidade mais produzimos lixo que degrada o meio ambiente.
O homem é o único ser vivo que que destroi e degrada seu habitah, por ser egoísta, ganancioso, sedento de poder e o pior de todas as mazelas sociais que é ser corrupto.
E essa corrupção generalizada se impregnou em nossa nação, deixando em coma a saúde púlblica, não acreditamos mais na segurança púlblica, temos uma educação sem qualidade para as classes menos favorecidas, e nossa previdência está falida.
A corrupção tem promovido a injustiça social aumentando a distancia entre ricos e miseráveis, privilegiando a burguesia e marginalizando os miseráveis com se fossem uma coisa qualquer conforme retratado nesse texto intitulado "Deus."
Pergunto a vocês leitores do taxi em movimento, é Deus o responsável por toda essa mazela social?
De que se queixa o homem?
QUEIXE-SE CADA UM DE SEUS PRÓRIOS PECADOS E MAZELAS.
"Deus é justo e fiel"
O HOMEM É QUE PRECISA VOLTAR-SE PARA O CRIADOR E ARREPENDER-SE DE TODO O MAL QUE TEM FEITO AO PRÓXIMO A SI MESMO E A NATUREZA. SÓ ASSIM SEREMOS SALVOS.
Marinalva Dantas
errata:
ResponderExcluiro texto anonimo pareca ser um discurso meu, não é.
Mas, fico feliz que alguem no taxi concorde comigo em alguma coisa, e agradeço ao blog taxi em movimento pela liberdade de expressão concedida.
Marinalva Dantas