terça-feira, 23 de março de 2010

O Julgamento do casal Nardoni e a emoção de Ana Carolina de Oliveira...

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Isabella morreu por ser parecida demais fisicamente com a mãe Ana Carolina de Oliveira...

Os assassinos, Ana Jatobá e Alexandre Nardoni, sabem disto...

A menina Isabella Nardoni deve ter feito algum comentário...

Alguma frase comum em crianças da sua idade...

Alguma bobagem tal "você é feia, minha mãe é mais bonita"...

Ou 'meu pai ama minha mãe, odeia você'...

Os ciúmes da madrasta Jatobá desencadearam a fúria incontrolável com agressão dentro do carro, esganadura no quarto do apartamento e o banana servil complacente Alexandre Nardoni complementando a cena macabra ao arremessar a própria filha pela janela...

A perícia da polícia cronometrou horários; mapeou o percurso e produziu a maior quantidade de informações jamais encontradas em qualquer outro caso da literatura forense até então...

Antonio Nardoni, pai do bandido, contratou advogado que se negou a continuar no caso por não compactuar com uma farsa covarde...

O advogado Roberto Podval aceitou substituí-lo e se colocou diante dos holofotes apresentando seu cartão de visitas: "no dia em que eu ligar para opinião pública, abandono a profissão"...

A família dos Nardoni contratou perícia particular com versão inocentando Alexandre e sua esposa Jatobá...

A imprensa, no primeiro momento, posicionou-se intimidada mesmo com uma avalanche de provas atestando definitivamente que pai e madrasta mataram a menina Isabella...

Troquei diversos emails particulares com um 'formador de opinião' que teimava duvidar do óbvio...

Não reproduzi por aqui respeitando limites, mas deu uma enorme vontade...

Porém, existia uma pessoa tranquila que não permitia que nossa revolta se transformasse num logro debochado...

O promotor Francisco Cembranelli...

Jamais perdeu a calma...

Jamais alterou a voz...

Jamais se deixou trair pelo impulso da emoção ou algum qualquer sentimento natural de repugnância pelos Nardoni...

Ontem, segunda feira, foram sorteados os jurados....

Quatro mulheres e três homens irão selar o destino do casal parceiro do infanticídio...

O juiz, no final, lerá a sentença...

O pedreiro 'sumido' acabou aparecendo...

No início do julgamento três solicitações da defesa foram negados...

Às 19h 30min...

A mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina de Oliveira, foi a primeira a depor como testemunha de acusação...

Ana de Oliveira narrou o encontro com a menina Isabella agonizando nos jardins do Condomínio London...

Teve que parar o depoimento para beber água...

Seu abraço na filha que ainda respirava com pai da menina ao lado berrando que alguém havia jogado a criança pela janela...

Carolina chorou...

Todos jurados, mulheres e homens, choraram...

Uma das juradas curvou-se e reergueu-se enxugando as lágrimas...

Roberto Podval solicitou que a mãe de Isabella não permaneça durante o restante do julgamento...

Alega que pode necessitar de acareação entre pai e mãe de Isabella...

Mentira...

Podval quer evitar que a presença de Ana Carolina de Oliveira iniba os assassinos...

Hoje, pela manhã, acompanhei as justificativas do advogado Podval...

Ele descreve claramente Ana Carolina como teatral esquecendo que o julgamento aborda o assassinato de sua filha...

Roberto Podval tem todo direito de defender seus clientes bandidos e tomar um dinheiro bacana do ex-tributarista pai do assassino...

Deveria também tomar cuidado para não acirrar ainda mais a comoção pública...

Melhor, o tal Podval, não brincar com a multidão...



Jorge Schweitzer







2 comentários:

  1. Prezado Jorge:
    Você é avô. Eu também. Aquela cena da Isabela agonizando no solo após a queda e o avô trocando telefonema com o filho, provavelmente, para acobertar o possível assassinato é de uma frieza de arrepiar, não?

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  2. Qual inocente assistiria a acusação de assassinato da própria filha sem demonstrar um mínimo de emoção e revolta? A atitude do casal é a aceitação de que são culpados. Porque provas não faltam e não há como reverter essa história. O advogado de defesa trabalha com o que pode: o júri é orientado a declarar os réus inocentes caso exista um mínimo de dúvida. Por isso ele tentará questionar se os indícios são mesmo definitivos ou apenas uma interpretação da promotoria.

    Creio que é importante a sociedade começar a focar na sequência dessa condenação: teremos um outro caso Guilherme de Pádua e Paula Thomaz? Dois assassinos que depois de seis anos de prisão ganharam total liberdade. Repetindo: seis anos de prisão pelo assassinato frio e covarde de uma jovem.

    Um código penal que prevê pena de 19 anos (que já seria pouco no caso dos assassinos da atriz,) mas livra esses criminosos depois que um terço da pena foi cumprida, reflete uma sociedade absolutamente sem Justiça.

    Não me supreende a frieza dos assassinos da pequena Isabella. É triste admitir, mas em pouco mais de cinco anos esses dois monstros estarão nas ruas.
    Otávio

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