quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Fábio Junior e Nietzsche...

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Por favor leiam até o final...

O final é tenebroso...

Comecei a trabalhar somente as 19 horas neste sábado...

Pretendia ficar na rua até às 2 horas...

Depois de algumas corridas com passageiros muito engraçados apanhei três meninas lindíssimas que resolveram sair para se divertir já que todas brigaram com respectivos namorados, a Natasha então nem te conto, que rimos até dizer chega e deixei na Symbol com promessa me procurarem na Rede...

A percepção de homem de rua permite identificar ao longe indumentária e maneirismos de moças da noite ou pessoas que saem para divertir-se e azarar...

Elas eram meninas lindas que sairam para “ficar”...

A Nat me deixou tão impressionado quanto a Beyoncè me fascina, só que mais real já que pegou meu celular e gravou seu número que nunca irei ligar por não acreditar em milagres e ela me deu prazo de dois dias, caso contrário irá me rastrear só para descobrir minha hipotética esposa e infernizar minha vida...


Espero contrito que ela infernize...

Tudo ia maravilhoso até apanhar um rapaz que se dirigia à Rua Alice...

- Quanto dá até lá?

- Mais ou menos dez reais...

Ao chegar na dita ele indica que teremos que subir...

Era na Rua Barão de Petrópolis...

Passamos em frente à favela Júlio Ottoni e após a Coroado...

Descemos até a entrada da Escondidinho...

Entro na comunidade...

Comércio de drogas rola solto...

Ele salta...

Dezesseis reais...

Deslizo em direção a Rua Itapiru...

Ultrapasso um Caveirão ou Pacificador, não deu para identificar, sem escolta alguma mas anoto sua placa imaginando descrever horário e circunstância por aqui...

Ao cruzar em frente a favela da Mineira visualizo no escuro uma turma que faz sinal...

Acelero para passar direto...

Levanto o farol, baixo o vidro – o ar estava ligado – e faço sinal com a mão esquerda que estou ocupado pois parecia rapaziada à caminho de baile funk...

Não era...

Um policial militar aponta o fuzil para o carro...

Pede para encostar, surpreso por não tê-los identificado de pronto...

Nem poderia...

Todos estavam sem boné, embaixo de árvores na escuridão, viaturas escondidas no acostamento apagadas...

Parecia armadilha...

No mesmo bloco que anotei o blindado escrevo placa e identificação das patrulhas, dois Gols sucateados da corporação...

Pedem para encostar...

Saio rindo muito, quase gargalhando de surpresa, e comento que achava que era uma patota de passageiros que eu iria evitar na entrada da favela da Mineira...

Estranham minha tranqüila facilidade de dialogar...

- O senhor está transportando algo ilegal? Faz bonde?

- Certamente não..

- Posso revistar todo seu carro?

- Fique à vontade..

- Acho que vou encontrar problema grande para o senhor... Está vindo de onde?

- Deixei um passageiro na Barão de Petrópolis..

- Ele foi comprar droga?

- Me falou que estava indo numa festa na casa de um amigo... Mas bagulho todo mundo compra onde o deixei, se ele tiver dinheiro compra uma tonelada..

- Vou revistar seu carro; não tenho nada na mão, pode acompanhar a revista..

- Confio na polícia...

Todo diálogo foi olho no olho, ele tentava identificar um nervosismo que eu não tinha...

Vasculha porta-luvas, debaixo do banco, cheira todos papéis amassados que tenho por hábito guardar para não jogar pela janela e vou depositando no cinzeiro...

Abre a mala...

Retira o estepe...

Decepcionado me pede documentos do carro e meus...

Entrego...

Resolve fazer mais uma busca...

Encontra um chaco...

Ameaça levar para Delegacia e registrar porte de arma..

- O senhor é Ninja? Isto é seu ou algum passageiro esqueceu no seu carro? - Pergunta debochado..

- Isto é meu! Não vou mentir...

- O que faço então?

- O que deve ser feito!

Explode uma chuva de tiros na entrada da favela da Mineira em direção a Blitzen embora protegida por muros...

Todos se protegem...

O policial me libera envolvendo cuidadoso na imensa flanela o nochaco e ao invés de surrupiá-lo entrega na minha mão segurando com as duas mãos como quem devolve uma espada...

Páro de trabalhar...

Rumo prá Copa...

Antes de subir em casa estaciono na Rua Santa Clara...

Resolvo beber uma Bohemia que descobri um lugar que vende a raridade...

Na TV do Bar do Sarney, na esquina com Barata Ribeiro, rola uma entrevista no Serginho Groisman...

Fábio Junior...

Passei por situações de alto risco, mas acredito que a partir dali adentro um recinto incandescente azulejado pelo fogo dos infernos...

Tento escapar suspendendo a cerveja e descubro que já havia sido aberta...

Minha Noite de Cão acaba de começar...

O tal Fábio faz bocas, piscadas e aquela balançada de cabeça com automática ajeitada de cabelo da rabeta com a mão aberta, que me irrita muito...

Os únicos homens que conheço que ficam dando solavancos de madeixas são os travecos da Augusto Severo e o Fábio Junior...

Uma loira velha sentada do lado de fora do bar tem xiliques com o que ela chama de “Que homem!” para o tal Fábiu Júniô...

O tal cantor/ator descreve que vê o pai morto toda vez que canta “Pai”...

Olhem só...

Eu já cantei todo o repertório do Gildo de Freitas e do Teixeirinha tendo como fundo a sanfona do Borghetinho e nada do seu Alípio Schweitzer, gaúcho de Erechim, voltar da tumba...

Não é que eu queira ver fantasma paterno, é que gostaria de perguntar os números da Megasena que está acumulada...

Pôs bueno...

O Fábiu Ju canta uma música muito chata, sentado com ares de Roberto Carlos, enquanto a loura do bar permanece com olhar marejado e cara de cu...

Desculpa, mas era...

Engulo a cerveja aos borbotões...

Tenho que sair dali rápido, como diria o Bob...

Entro em casa, meu filho não está...

Encontro um bilhete imenso colocado no computador: “Pai, fui na Lagoa ver a Árvore com Guilherme e turma... Te amo... Rodrigo.”...

Na TV transcorre ainda o sujeito Fábio...

Abro o livro jogado sobre o sofá que tenho lido a conta-gotas já que o tempo é curto e tenho outro que estou lendo ao mesmo tempo...

“Crepúsculo dos Ídolos”...

Nietzsche...

Tem a ver...


Jorge Schweitzer





PS: Este texto postei há cerca de quatro anos atrás... Ah! Sim... Sabiam que na época em que Elis Regina entrou em depressão se entupindo de cocaína que a levou a morte surgiu hipótese que a causa seria um amor rechaçado pelo Fábio Junior... Pô, ninguém merece morrer pelo Fábio Junior... Seria como eu morrer pela Vanusa... Ou alguma dona por aí querer desposar o Luciano, irmão de Zezé... Falando nisto, tentei encontrar a foto do cantor sertanejo Luciano de calcinha fio dental, mas não achei na rede... Se alguém tiver, me envie... Please... Tenho uma leitora que não acredita que exista esta foto... Por favor, minha cara leitora, nunca duvide de mim... Falando em citar conhecidos por aqui, não poderia deixar passar batido uma referência ao flatulento motorista do Tio Patinhas - o Jarbas - que a cada vez que lhe informam que terá sessão de mímica sai se peidando todo catinguento... Parece que o sujeito só come raízes... Vou providenciar uma rolha prá este cidadão... Tem dó...

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    JORGINHO TÔ RINDO POR CAUSA DO "CIDADÃO-FLATULÊNCIA" QUE ADORA FAZER MIMICA DE FURACÃO.

    MICAELLE

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