sábado, 29 de janeiro de 2011

Cora Rónai e o gato Toró...

.







Todos gostamos de escutar histórias...

Não importa se boas; curtas; ruins ou longas...

Gostamos da cumplicidade das confissões alheias...

Volta e meia alguém me pede para contar uma história por aqui quando fico muito tempo sem narrar encontros inusitados no Táxi em Movimento...

Acho que sou um contador de histórias mesmo...

Um Forrest Gump que ao invés de um Nike gasto e um banco de praça possui um Táxi em Movimento...

Dia desses li uma crônica saborosa da Cora Rónai falando de sua adoção de um gato, chamado Toró, salvo das enchentes na serra e a adaptação na sua nova casa...

Daquelas narrativas que gostaríamos de escutar antes de adormecer com um beijo de mãe...

No mesmo dia conheci Maria José...

Ela saia de um almoço no Largo do Machado com destino a Praça XV para pegar uma barca para Niterói...

Estava com pressa...

Pediu para fazer um caminho confuso e improvável retornando pelo Aterro do Flamengo...

Hum...

Achei que acabara de apanhar uma pesada mala...

Mudou de idéia e resolveu ir no meu táxi até Niterói depois de negociar preço fixo que daria muito abaixo do marcado no taxímetro...

No final das contas, noves fora, perdi 30 reais que valeram conhecer uma pessoa sensacional...

Maria José estava apressada em razão que pet-shop onde deixou seu cão yorkshaire estava para fechar e somente poderia apanhar seu 'filho' no dia seguinte...

Maria José não pode passar uma noite longe dele...


Não resolveu minha tentativa ao desvendar-lhe que cachorro não possui senso de tempo e tanto faz meio minuto ou um mes ausente do dono que sente saudades equivalentes...

Finalmente conseguimos chegar a tempo embora o transito a caminho do bairro de São Francisco estar um inferno...

No percurso Maria José me contou praticamente toda sua vida...

Acho que contei 0.001% da minha...

Quando chegamos ao seu prédio me mostrou sua linda varanda branca na frente da Pet Shop...

- Quer conhecer meu 'filho'?

- Lógico!

Aguardei....

O cão-filho me estranhou ciumento para logo após virar amigão demarcando território enquanto eu lhe providenciava esporro...

Lambeu minha mão e ficou me cheirando...

Maria José pediu meu cartão ou indicação do ponto onde páro...

Não possuo cartão nem ponto de encontro...

Sou andarilho...






Jorge Schweitzer





PS: Evidente que vocês ficam esperando algum ensinamento filosofal no final de cada texto... Por aqui não, só nos do Paulo Coelho; na realidade o Paulo Coelho já começa aconselhando...







Nenhum comentário:

Postar um comentário