Domingo, 23 de janeiro de 2011...
Uma moça apanha meu táxi chorando muito...
Muito...
Aquelas coisas que te imobilizam...
Procurei saber do que se tratava...
Ela me contou...
Pronto, eu estava mais um vez arremessado ao centro de outra tragédia pessoal que jurei nunca mais adentrar...
Sem ter nada a ver diretamente com aquilo tudo...
Como é que a gente procede nestes instantes?
Ainda não aprendi...
Ela poderia ter pego qualquer outro táxi...
Seria cômodo dar um conselho e sair fora para cuidar da minha vida que acaba ficando prá trás...
Encontrei esta pessoa destruída, machucada, abandonada, perdida, desamparada e com medo, muito medo...
Raptaram o objeto mais importante da sua vida e sua dignidade...
Tinha tanto medo do bandido quanto de pedir socorro...
Nenhum de nós conseguiria dormir em paz depois de escutar aquilo...
Segui ao seu lado os burocráticos caminhos para reagir...
Meu domingo e dias subsequentes foram para o bláu...
E...
Ela não será totalmente feliz depois de tudo, mas descobriu que mesmo nas perdas podemos ser grandes tanto jamais imaginamos quanto...
Como ela duvidou que eu seja taxista apesar de estar dirigindo um carro pintado de amarelo com uma faixa azul ao lado, preferi não confessar que tenho um blog...
Aí que ela não acreditaria mesmo...
Mas...
Um dia ela me descobre por aqui...
Enquanto isto, continuo escondidinho...
Jorge Schweitzer
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