sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

No dia seguinte ninguém morreu...







Dificilmente abro a alma...

Quando  faço me arrependo...

Engraçado...

Hoje pensei em escrever sobre as intermitências da morte  do Saramago e meu teclado resolveu exatamente neste instante  impedir...

Comprei na semana passada um teclado novo que resolveu trocar letras compulsivamente...

Amanhã vou comprar outro já que não guardei comprovante de garantia...

Nunca guardo nada...

Ando sempre em linha direta sem olhar para vitrine que já se foi...

Não possuo nota fiscal ou recordações que me matem...

Acabei lembrando de O Divã...

Quando cheguei no Rio um mundo se abriu e certa vez uma moça que ainda me lê riu do 'eu ainda era puro'...

Engraçado, ainda acho que sou...

Tempos depois conheci outra moça que era filha de um senhor que igualmente se chamava 'Jorge' em Cachoeiro do Itapemirim que acabara de falecer na época...

Ele foi citado na música do Roberto Carlos no episódio em que o então menino se acidentou:

'Relembro bem a festa e o apito... E na multidão um grito... O sangue no linho branco...  A paz de quem carregava em seus braços quem chorava... E no céu ainda olhava e encontrava a esperança... De um dia tão distante, pelo menos por instantes, encontrar a paz sonhada'...

Este Jorge carregou no colo o menino que foi atropelado por um trem  com o sangue salpicado em sua calça de linho branco que quando adulto relembrou no divã...

O próprio Roberto Carlos pode confirmar a versão...

Sempre  haverá quem relembre paz e braços de alguém...

Por isto sempre retorno por aqui...



Jorge Schweitzer






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