Eu vou sobrevivendo sem um arranhão...

Nesta semana recordei quando estive na casa Sociedade Viva Cazuza ali na Lagoa Rodrigo de Freitas ao escutar a Lucinha Araújo sendo entrevistada pela Isabella Saes no 'Tá na Hora' da MPB FM...

Foi num domingo dia das mães há tempos...

Acabara de apanhar uma moça médica no Leblon...

Ela havia interrompido o almoço com a família para ir atender um menino do Sociedade Viva Cazuza...

Esta moça linda é voluntária da Casa...

No caminho foi me falando sobre seu trabalho e sobre o projeto...

Como estava muito difícil apanhar táxi ela pediu que eu aguardasse por lá...

Fiquei no pátio onde haviam algumas bolas de futebol e vôlei espalhadas...

Resolvi brincar sozinho fazendo embaixadas...

Aos poucos alguns meninos que moram no Viva Cazuza foram se aproximando...

Em poucos instantes consegui organizar uma pelada demarcando as traves com meu tênis e os chinelos deles na outra ponta...

Virou uma farra com  minha narração estilo Galvão Bueno...

Nos abraçávamos a cada gol com direito a coreografia...

Fiquei pingando de suor...

E...

Descobri uma mangueira enrolada ao lado de uma torneira do quintal...

Molhei a cabeça e apontei o esguicho na direção deles que tentavam fugir...

Eles me distrairam e me confiscaram a mangueira...

O primeiro ainda me jogou água sem muita coragem e eu autorizei eles pegarem pesado...

Me deram um banho completo que só ficou seco o meu tênis esquecido no fundo da quadra...

Quando a médica retornou não entendeu seu motorista todo encharcado...

Sentei no banco do motorista que ficou empapado...

Deixei minha passageira no Leblon e não pude mais trabalhar...

Voltei pra casa para trocar de roupa e aguardar meu banco secar até o outro dia...

Quando meu filho atendeu a campainha  me deu uma flor  que pegou no jardim do prédio vizinho de dia das mães para me sacanear...

Devolvi com um abraço longo que molhou completamente a roupa que ele acabara de trocar para ir ao cinema...

Amor com amor se paga...

Zoação idem!




Jorge Schweitzer