quarta-feira, 20 de junho de 2012
Nova reconstituição do assassinato de Marcos Matsunaga
Polícia deve fazer reconstituição do assassinato de Marcos Matsunaga nesta semana
Ana Cláudia Barros, do R7
O promotor José Carlos Cosenzo, do 5º Tribunal do Júri da capital, informou que uma nova reconstituição do assassinato do executivo da Yoki, Marcos Matsunaga, será feita nesta semana. O delegado geral do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), Jorge Carrasco, declarou, em entrevista ao R7, que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a realização de outra reprodução simulada dos fatos, mas deduziu que o motivo do pedido pode ser uma controvérsia quanto à distância do tiro disparado contra o empresário. A reconstituição será feita no apartamento onde Marcos morava com a filha, de um ano, e a mulher, ré confessa do crime.
Durante o interrogatório de oito horas, Elize Matsunaga contou que atirou no marido a uma distância de 1,5 m. O laudo necroscópico, entretanto, mostrou que o disparo foi feito à queima-roupa.
— A distância que ela fala de um 1,5m não batia. Nós já sabíamos disso naquela primeira reconstituição que fizemos. Foi observada uma zona de chamuscamento [na vítima] que nos permite dizer que o tiro foi à queima-roupa. Então, há uma controvérsia.
Sobre a ausência do depoimento de uma das empregadas do casal na documentação do inquérito, fato destacado pelo promotor Cosenzo na terça-feira (19), Carrasco afirmou que as declarações dela serão encaminhadas ao Ministério Público.
—Tivemos que correr contra o tempo porque ela (Elize) estava em prisão temporária e, para que nós pedíssemos a preventiva, teríamos que relatar o inquérito, como foi feito. Só que neste meio tempo, as investigações prosseguiram.
Reviravolta e dúvidas
A divulgação do laudo necroscópico do IML (Instituto Médico Legal), na semana passada, provocou uma reviravolta no caso. Segundo a conclusão do médico legista Jorge Pereira, a trajetória da bala que atingiu a cabeça de Marcos foi de cima para baixo, contrariando a versão apresentada pela mulher do empresário em seu depoimento. Ela afirmou que atirou na vítima, quando ambos estavam de pé, após levar um tapa durante uma discussão por ciúme. Como tem estatura menor que a de Marcos, se o depoimento fosse verdadeiro, a trajetória da bala teria que ser, necessariamente, de baixo para cima.
Outra contradição levantada pelo perito foi quanto ao esquartejamento. De acordo com Elize, após atirar no marido, ela deixou o corpo dele por dez horas no quarto de hóspedes antes de começar a cortá-lo. Isto só teria ocorrido, de acordo com ela, quando o executivo já estava morto.
A perícia, no entanto, mostrou que o empresário morreu por traumatismo craniano, provocado pelo tiro, associado à asfixia por ter aspirado sangue durante a decapitação.
Esta revelação também provocou dúvidas na polícia, já que a quantidade de sangue encontrada no apartamento não seria compatível com a de um esquartejamento. Este detalhe inicialmente foi explicado, quando Elize afirmou que cortou o corpo do marido apenas quando ele já apresentava rigidez cadavérica e o sangue estava coagulado.
De acordo com o delegado geral do DHPP, foram formuladas questões e encaminhadas ao médico legista.
— Quanto a esta afirmação do laudo necroscópico, nós temos alguns quesitos postulados. Parece que não ficou muito claro. Já foram formulados os quesitos e encaminhados ao médico legista.
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