Ex-gerente do tráfico na Cidade de Deus acusado de torturar filha é preso
O Dia on Line
Rio - Policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) prenderam, na manhã desta quinta-feira, Clóvis Gomes da Silva, vulgo Tou, de 42 anos, na Cidade de Deus, Zona Oeste da cidade. Clóvis é acusado de agredir sua filha de apenas 1 ano e 8 meses, cuja entrada no Hospital Lourenço Jorge com múltiplas fraturas na região torácica foi notificado pelo hospital ao 1º Juizado da Infância e Juventude.
Os médicos notaram que a menina chorava sem parar por três dias seguidos. Após a constatação das fraturas, foi determinado o acolhimento da criança pelo Lar de Balthazar e Augusto, em Marechal Hermes. Uma diretora do abrigo procurou a polícia e noticiou os maus tratos sofridos pela menor, cujas lesões teriam sido causadas pelo pai, um usuário de drogas.
Ao se verificar os antecedentes criminais do investigado, constatou-se que contra ele havia um mandado de prisão pendente, pois ele tinha fugido do sistema carcerário em 2009, quando foi beneficiado pelo sistema semi-aberto e não retornou mais para a prisão. Após investigação, o delegado titular da DCAV, Marcello Braga Maia, resolveu indiciar o acusado por tortura, já que as lesões causaram intenso sofrimento físico à vítima.
Familiares, com medo da reação de Clóvis, não compareciam à delegacia para prestar depoimento. Com sua prisão, a mãe da menina, a tia e a irmã mais velha serão ouvidas nos próximos dias para melhor esclarecer os fatos. Em interrogatório, o suspeito afirmou que a criança havia caído sozinha e que não estava em casa. No entanto, ele não soube esclarecer as queimaduras na pele da filha. Uma irmã do suspeito, ouvida nesta quinta, disse que a menina ficava durante todo o dia com o pai, pois a mãe trabalhava o dia todo em casa de família.
Ainda segundo a irmã, Tou nunca trabalhou e dormia durante o dia para servir ao crime durante à noite e madrugada. Diante dos fatos, o inquérito foi encaminhado ao Juízo Criminal, sendo requerida a prisão temporária de Clóvis, por 30 dias.
Traficante perigoso
Antes da instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Cidade de Deus, Clóvis era um dos principais traficantes de drogas da região, segundo a Polícia Civil. Ele integrava o alto escalão da facção criminoso que promovia o terror na comunidade. Tou foi preso e condenado em três oportunidades por tráfico de drogas e associação para o tráfico, tendo ainda passagens por porte ilegal de arma de fogo e maus tratos.
Sua primeira prisão pelo crime de tráfico se deu em 1996. Confessou que trabalhou para o crime por mais de 10 anos. Na Cidade de Deus, era o segundo na hierarquia do crime, seu único chefe era conhecido como Ligeirinho. Marcelo Henrique da Cruz Correa, o Ligeirinho, hoje é um dos chefes do tráfico do Jacarezinho, retirando-se da Cidade de Deus após a entrada da UPP.
Ele também controla as favelas da Mangueirinha e Mandela. Ligeirinho, Tou e seus comparsas eram conhecidos pela violência, imposição de toques de recolher e invasão de casas de moradores que pudessem denunciá-los, matando-os, ateando fogo e depois jogando as sobras aos porcos.
PS: Todo torturador de criança possui retrospecto tenebroso... André Rodrigues Marins possuia mais de 100 processos quando Joanna Marcenal lhe foi entregue pela Justiça para ser morta de forma covarde sob tortura... Mesmo a Justiça tendo conhecimento que o pai de Joanna espancava mulheres e tomou cadeirada da atual esposa e continuou morando na mesma casa... Barracos eram constantes no domicílio em que a Justiça determinou como novo lar para a menina que acabou sacrificada... Tou está preso por ser negro, pobre e traficante... André Rodrigues Marins, o Dedeca, permanece solto e impune por possuir padrinho político, tia promotora e cargo como barnabé do TJ/RJ... Mas... Por pouco tempo... Tenham certeza! Absoluta certeza! ... Jorge Schweitzer
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