sexta-feira, 22 de junho de 2012

Peregrino, o Poeta do Povo




Comentário postado ontem em:

http://taxiemmovimento.blogspot.com.br/2008/09/peregrino-o-poeta-do-povo.html

José Antônio de Carvalho zeverbakel@yahoo.com.br disse...

Ontem eu conheci Marli e seu marido, o Sérgio. Era por volta de 21:30. Antes, quase seis da tarde, eu havia passado por eles, que estavam em um sinal de trânsito, à espera de alguém que mostrasse interesse pelo que eles tivessem nas mãos como oferta. Ninguém lhes dá a merecida atenção. Eu também não os vira, mas apenas o gatinho cinza, bem nutrido, de pelos luzidios e olhos claros brilhantes, num pedaço da grama do jardim bem no meu caminho em direção à outra pista onde pegaria uma condução . Era quase seis horas da tarde e eu estava indo pra faculdade de Letras. Estava com pressa e ainda fiz "xanin xanim" estalando os dedos como se estivesse fazendo sinal de chamada pra cachorro e não para um gato. Ele(a) não me viu. Deu-me vontade de voltar, me agachar, passar a mão, dar carinho. Vontade grande. Mas é a cidade moderna que nos chama insistemente aos compromissos ...... Tive uma boa aula naquela noite. Foi sobre Poesia Filosofia e Música Modernas num texto e debate únicos. Ao voltar pra casa, notei o cinza enrodilhado do gatinho no canteiro verde que separa as duas pistas da avenida Bernardo Vasconcelos (Belo Horizonte). Surpresa agradável! Notei que havia mochila, alguns pertences e uma senhora mais adiante .... lá no sinal. Me agachei e o gatinho assustou-se um pouco. Sentindo que incomodava, olhei pra a dona dele, a qual veio simpaticamente ao meu encontro. Não me lembro de nossas primeiras palavras. Senti enorme simpatia ao vê-la nos olhos, assim como notei um sotaque denunciando longas jornadas vida afora ou demoradas estadas em algum país sulamericano. Também gostei do aperto de mão, sincero e quente, de Marli. Eu, que tenho fobia social há mais de cinquenta anos, estava ali, no meio do barulho do tráfego que sempre me enerva, com praticantes de jogging esbarrando em nós dois que ocupávamos indevidamente a calçada. Falamos sobre Poesia, coisa de que tanto gosto, e ela, sem saber entrou em concordância comigo: "Poesia não é algo para se estudar, aprender. Ela nasce, vem de dentro do nosso coração"...E leu-me alguns dos textos que produzem e vendem por onde passam. Calado e arrepiado como se estivesse em frente da Beleza da Verdade em pessoa, eu a ouvia falar de coisas várias, coisas prosaicas e agradáveis. Dali a pouco, nos chega o Sérgio com a Princesa, a cachorrinha. Toda limpinha, toda bem tratada. Rosnou pra mim. Achei estranho, pois sou como São Lázaro!!!. Todos os cachorros gostam de mim. Achei muito estranho... até que me disseram: "Ela não gosta que mexam com o gato". E pediram que Princesa ficasse quieta. Foi um custo ficar amigo de Princesa. Depois ela permitiu que eu afagasse o gatinho gordo cinza e lindão. Fiquei de voltar pra fotografá-los. Mesmo que eu não mais os veja, ficarão dentro de minha memória afetiva, meu coração, minha consciência. Nos despedimos com outro aperto de mão, depois de Sérgio, com seu jeitão de indio xamã protetor dos povos das Americas, ter feito bela oração. Foram 60 minutos de prosa, a qual agradeço. Disse-lhes isto: importante este encontro que tivemos. Me trouxe alegrias. Deus os acompanhe como tem acompanhado. E que assim seja para com todos nós. Abraço ao dono deste blog. Obrigado!
José Antônio / Belo Horizonte
21/06/2012




Um comentário:

  1. Só de ler, já me encheu de carinho. Beleza e´ a vida `as vezes... ha´ certos encontros que marcam, a gente não esquece.
    Obrigada José Antônio, por compartilhar. Obrigada Jorge, por postar.

    ResponderExcluir