segunda-feira, 18 de junho de 2012

Marcha das Mulheres martirizou quem pretendia chegar ao trabalho nesta manhã no RJ










Manifestantes andaram do Sambódromo ao Aterro do Flamengo, afetando o trânsito

Jornal do Brasil
Caio de Menezes


A Marcha das Mulheres, manifestação organizada para chamar a atenção para a desigualdade entre os gêneros, que seria agente opressor das mulheres nas relações sociais e legais, atingiu o seu objetivo. Perto de 5 mil pessoas acompanharam o cortejo, na manhã desta segunda-feira, no Aterro do Flamengo (Zona Sul), onde acontece a Cúpula dos Povos, evento paralelo a Rio+20. A caminhada, que teve início no Sambódromo, no Centro, atravancou o trânsito de toda a cidade, e proporcionou a esperada visibilidade para o tema, apesar de ter desagradado quem ia para o trabalho e foi martirizado nos engarrafamentos que se espalharam pelas vias do Rio.


“A nossa marcha é pelos direitos da mulher e pela igualdade social. Não podemos aceitar essa discriminação e diferença. Queremos igualdade de salários e cargos. Hoje é um dia especial para nós, num momento em que todos os lideres estão discutindo um futuro melhor para o nosso planeta. E é através disso que vamos passar nossa mensagem".

Munidas de instrumentos musicais, equipamentos de som, bandeiras, faixas e muita disposição para gritar, mulheres de todo o mundo uniram-se para pleitear melhorias em sua qualidade de vida. Com rostos e corpo pintados, elas promoveram discursos e batucadas na chegada ao Museu de Arte Moderna (MAM).

A paraense Keyla Jamile, de 19 anos, afirmou que já sentiu na pele o preconceito de gênero. Para a manifestante, as mulheres unidas, e protestando em uníssono, podem reverter a situação atual.

“O meio em que trabalho é muito preconceituoso, já pensei em desistir. Certa vez, tive um estágio em campo, numa mina de extração de minério, e os olhares sob mim eram de desprezo. Fui tratada com desdém”, disse a estudante de Mineração. “Este é mais um motivo para ser contra a opressão e o machismo enraizado em nossas leis, costumes e cultura. Queremos respeito, seja de burca, ou de mini-saia. O tamanho das vestes não está associado ao nosso desejo sexual”

Para a estudante argentina Vitoria Tarevic, o momento da realização da Marcha das Mulheres é perfeito. Segundo ela, o impacto da concentração durante a Rio+20 ajudará mulheres em todo o mundo.

“A desigualdade e a violência contra as mulheres não é uma questão restrita a América do Sul”, alertou. “Em todo o mundo elas são agredidas e desrespeitadas. Espero que uma mobilização do tamanho desta que fizemos, durante um evento deste porte, com a presença de pessoas das mais variadas origens, possa preservar a integridade física e psicológica de meninas, jovens, mulheres e idosas em todo o globo”.

Trânsito

Em função da caminhada, o trânsito no Centro da cidade ficou complicado nesta manhã. Por volta das 11h10, o tráfego foi totalmente interditado na Avenida Beira Mar, sentido Centro, para a passagem das manifestantes.

Elas seguiram em direção ao Largo da Carioca e, por volta das 11h30, foram interditadas todas as pistas da Avenida Antônio Carlos, no Centro. Às 12h, havia interdição apenas em duas faixas no sentido Praça XV. A Rua da Assembleia também foi parcialmente fechada para a passagem das manifestantes. Os reflexos foram observados em diversas vias da cidade. O tráfego foi afetado na Ponte Rio-Niterói, Avenida Brasil, Francisco Bicalho e Rodrigues Alves.


Um comentário:

  1. Acho que, o que faz a "diferença" não é fazer passeata com os seios à mostra e sim uma boa e continuada formação educacional. Isso sim, é o que liberta. Estudar, se formar e sempre se atualizar. O Brasil só será considerado um país sério, quando investir "pesado" na educação e formação de seu povo. Do contrário, nunca deixará de ser o país do futebol, do samba e das mulheres "frutas". Lógico, que existem brasileiros, que já se destacam, mas a maioria não tem acesso à boas escolas e é por aí que devem começar as demonstrações, exigindo do governo profissionais do ensino, que sejam bem remunerados, trabalhando em escolas modernas e de fácil acesso. A Educação é dever do Estado e direito do Cidadão.

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