sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Data da ocupação da Rocinha e Vidigal pela UPP: Domingo, 13 de novembro de 2011

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Paulo Carvalho

A favela da Rocinha e o Morro do Vidigal, em São Conrado, serão ocupados, ainda este mês, pela Polícia Militar, com vistas à instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Numa reunião feita há alguns dias com o chefe do Estado-Maior Operacional da PM, coronel Pinheiro Neto, ficou definida como 13 de novembro, um domingo, a data em que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque tomarão a comunidade, que tem cerca de cem mil moradores.

A ideia de ocupar as duas comunidades é impedir que os traficantes fujam pela mata em direção ao Vidigal. Na reunião feita com a cúpula da PM, foi traçada toda a meta de estratégia.

A comunidade serve de esconderijo para um dos traficantes mais procurados do Rio, Antonio Bonfim Lopes, o Nem. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece uma recompensa de R$ 5 mil por informações que levem à prisão do bandido.

Em nota, a Seseg comentou apenas que, por questões estratégicas, não anteciparia informações sobre ocupações e locais de implantação de futuras UPPs.

Nesta quinta-feira, a Polícia Civil montou uma operação de ordenamento urbano na região. Um policial civil que investiga a favela afirma que muitos bandidos já abandonaram a comunidade, e que armas e drogas foram escondidas. Isso pode explicar, por exemplo, a tranquilidade encontrada por 65 agentes de diversas delegacias especializadas na ação de ontem.

Segundo o subchefe Operacional da Polícia Civil, delegado Fernando Villa Pouca, o objetivo da ação foi coibir práticas irregulares, como as centrais clandestinas de TV a cabo (gatonet) e a venda de produtos piratas, além de apreender motos irregulares.

Policiais da Core com os explosivos apreendidos na Rocinha Foto: Guilherme Pinto / Extra
Durante a operação desta quinta-feira, a polícia se surpreendeu com a apreensão de 90 rojões de “artilharia antiaérea” encontrados na Rua 2, na localidade conhecida como Boquinha. O material estava ao lado de pilhas de pneus. De acordo com o delegado Villa Pouca, a estratégia do tráfico era atear fogo aos pneus para criar uma cortina de fumaça e impedir a visão de policiais que estivessem em aeronaves. Do chão, os bandidos acenderiam os pavios dos rojões, que seriam lançados na direção dos helicópteros.

Foram apreendidas também 31 motos que estavam irregulares. Uma clínica clandestina de aborto e uma central de gatonet foram estouradas na Via Ápia. Em um casa, a polícia também encontrou um laboratório de fabricação de CDs e DVDs piratas, que abasteceriam os camelôs. Vinte e um mil deles foram apreendidos.

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