domingo, 8 de fevereiro de 2015

Lula e o Pirata Cavendish







Pôs bueno...

Pirataria não era um saque aleatório no meio do mar executado por doidões entupidos de rum, comandados por um perna de pau com um papagaio tagarela no ombro...

Pirataria era um empreendimento: os navios eram fornecidos por alguma Corte; mantimentos por negociantes e o lucro da tunga repartido entre os três como retorno do investimento...

Taí, desculpem, lembrei do Lula...

Curioso que houve um pirata inglês chamado Cavendish (com a mesma grafia do da Delta) que saqueou São Sebastião e se hospedou em Ilha Bela logo após passar pela Ilha Grande a caminho de Paraty até chegar ao litoral paulista...

O RJ foi igualmente assaltado em 1711 por  franceses,  sob comando do pirata Duguay-Trouin, que  tomaram a Ilha das Cobras e aproveitando-se de um nevoeiro invadiram o resto da cidade saqueando igrejas, residências e matando habitantes...

O governador geral do Brasil, Francisco de Castro Morais, conhecido como O Vaca, foi acusado de não demonstrar forte interesse em rechaçar o inimigo apesar do RJ possuir várias fortificações e 10 mil homens armados entre soldados, a população e escravos...

Dizem que O Vaca havia feito um acordo malandro com a pirataria e levado algum para não resistir...

A população se rebelou -  logo após partida dos piratas os impostos invariavelmente eram aumentados para cobrir o rombo do Erário - e passou a apedrejar residências dos cobradores de impostos...

O Vaca foi julgado culpado pela perda da cidade e degradado para uma fortaleza da Índia para cumprir prisão perpétua...

Mas, O Vaca foi perdoado vinte anos mais tarde e retornou à Portugal com direito a receber seus vencimentos retroativos e tudo bem...

Agora...

Engraçado como nos dá a nítida sensação que Lula e seus comandados se espelharam nestas estratégias e a atualização permanece sem necessidade de desembaiarem uma faquinha de serra sequer...

Parece um filme repetido onde os comparsas de Lula  pilhavam a Viúva Gentil da Ilha do Tesouro, enquanto o próprio na porta da taberna do Planalto repetia feito um velho marinheiro de face queimada e mão marcada por um golpe de sabre:

“Quinze companheiros na arca do morto. Aiou-ou-ou e uma garrafa de rum!”

Que medo...




Jorge Schweitzer










PS:Engraçado que depois de escrever isto tudo não sei se o Lula se enquadra mais em corsário ou pirata... Um costuma agir por conta própria e o outro em nome do Estado... Taí...




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