domingo, 14 de julho de 2013

Manifestante é agredido com cinzeiro na festa de casamento de Beatriz Barata no Copacabana Palace RJ








Convidados de neta de Jacob Barata jogaram cinzeiro e notas de R$ 20 em manifestantes 


Simone Candida, Amanda Moura - O Globo 


RIO - Um dos convidados do casamento de Beatriz Perissé Barata, neta do empresário Jacob Barata, considerado o "Rei dos Ônibus" do Rio, e Francisco Feitosa Filho, herdeiro do ex-deputado federal cearense Chiquinho Feitosa, é acusado de atirar um cinzeiro nos manifestantes que protestavam em frente ao Hotel Copacabana Palace, onde foi realizada a festa do casal, na noite de sábado. 

A peça, de vidro, atingiu Ruan Nascimento, que teve um corte profundo na testa. 

Os convidados também são acusados de jogar notas de R$ 20 em cima das cerca de 200 pessoas que participavam do ato, que começou pacífico. 

No entanto, irritada com a agressão e a provocação, a multidão passou a jogar pedras na fachada do tradicional hotel. 

Os protestos começar no início da noite, em frente à Igreja do Carmo, no Centro do Rio, onde foi realizada a cerimônia. 

Segundo a advogada de Ruan, Eloísa Samy, já em frente ao hotel, um dos convidados desceu até a porta do hotel para provocá-los com xingamentos. 

De acordo com ela, ele teria dado tapas e socos em algumas pessoas. 

— Este jovem, que antes estava lá de cima fazendo gestos e xingando as pessoas, chegou a jogar duas notas de R$ 20,00 em cima das pessoas lá em baixo. Ele ficava realmente provocando. Então, por volta das 3h, desceu e veio para perto do grupo. Quando um dos manifestantes pegou o celular e começou a fazer fotos e vídeos da cena, este convidado deu soco na cara do rapaz e começou a confusão — conta a advogada, que estava na manifestação para protestar e para prestar assessoria jurídica aos manifestantes. 

Segundo a advogada, o grupo perdeu o controle após esta agressão e ficou revoltado com a atitude dos seguranças do hotel, que levaram o convidado para dentro. 

Neste momento, um outro convidado jogou um cinzeiro de vidro sobre a multidão. 

— Não sabemos quem jogou o cinzeiro, mas temos fotos e vídeo de quem agrediu o rapaz do celular e começou toda a confusão. Era uma manifestação pacífica, com palavras de protestos. A violência partiu dos convidados, que ficavam nos agredindo — relatou a advogada, que acompanhou Ruan para registrar a ocorrência na 12ª DP (Copacabana). 

Jovem ferido pretende voltar às ruas 

Neste domingo, Ruan contou ao GLOBO que foi surpreendido por um cinzeiro vindo do alto, que atingiu sua testa em cheio: 

— Não sei de onde veio. Achei, de início, que era uma bomba. Mas depois me mostraram o pedaço do cinzeiro, que era bem grande. Não sei quem jogou, nem de onde veio exatamente, mas foi do hotel. Tentei entrar no local para ver se os cinzeiros de lá eram iguais ao que me acertou. Mas os seguranças não permitiram — explica o rapaz, que teve que ir à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Copacabana, onde levou seis pontos na testa. 

Ruan contou que os problemas começaram quando uma convidada, que saía da festa, tentou agredir uma das manifestantes. 

Um segurança do hotel segurou a mulher, Ruan tentou defendê-la e, em seguida, o cinzeiro veio do céu. 

— Até aquele instante, o protesto estava totalmente pacífico. Mas, depois do que aconteceu, todos queriam entrar no hotel e, então, o Batalhão de Choque chegou, por volta das 3h, atirando bombas aleatoriamente — afirma o jovem, que tem uma empresa de moda que confecciona peças feitas de material ecológico. 

Morador do Complexo do Alemão, Ruan resolveu voltar ao local do protesto, após ser atendido na UPA. 

Por volta das 4h30m, segundo ele, ainda havia cerca de 50 manifestantes no local. 

— Depois do que aconteceu, fiquei com ainda mais vontade de protestar. Tenho ido a todas as manifestações na cidade e, hoje, voltarei às ruas, rumo ao Palácio da Guanabara — diz Nascimento, referindo-se a um protesto marcado nas redes sociais, para as 15h deste domingo. 

O jovem registrou a ocorrência na 12ª DP e ainda fará exame de corpo de delito, para atestar a agressão.




Nenhum comentário:

Postar um comentário