sexta-feira, 4 de março de 2011

Alex Sandro, o falso médico do Caso Joanna, prestou depoimento hoje na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública

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Tássia Thum
Do G1 RJ

O falso médico acusado de ter atendido e liberado a menina Joanna Marcenal, em julho do ano passado, Alex Sandro da Cunha, presta depoimento à polícia nesta sexta-feira (4).
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Segundo as investigações da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública, o estudante atuou como pediatra em outros dois hospitais em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.


Alex Sandro está preso na carceragem da Polinter de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, desde 28 de fevereiro, quando se entegou à polícia após ficar sete meses foragido.
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Além de ter sido indiciado pelo atendimento à menina Joanna, ele também responde a um inquérito da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP).
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O delegado Fábio Cardoso, da DRCCSP, disse que constatou através de depoimentos de testemunhas e pacientes que o estudante trabalhou como médico em pelo menos quatro plantões em um hospital em Santa Cruz, na Zona Oeste.
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Cardoso afirmou ainda que ouviu um dos diretores do hospital, que teria confirmado que o estudante se apresentou como pediatra, usando o nome, o carimbo e documentos do médico André Lins de Almeida.
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O mesmo nome também foi usado por ele durante o tempo em que trabalhou no Hospita Rio Mar, onde a menina Joanna foi atendida.
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"Os diretores alegaram que o Alex Sandro se cadastrou como André para atuar como plantonista no hospital.
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Após trabalhar por quatro vezes, a direção do hospital pediu a ele uma série de documentos e desde então ele sumiu do hospital e não voltou mais", explicou o delegado.
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Estudante responde a 2 inquéritos

Após a confirmação de que trabalhou no hospital, a polícia indiciou o estudante pelos crimes de exercício ilegal da medicina, falsificação de documentos e estelionato.
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Segundo o delegado, a pena para estes crimes pode chegar a 12 anos.
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Por ter atendido a menina Joanna, ele também foi indiciado pelos mesmos crimes, além de tráfico de drogas (por ter aplicado duas substâncias de uso controlado) e homicídio doloso.

O delegado Fábio Cardoso acredita que o depoimento de Alex Sandro pode ajudar a polícia a desvendar se existe um esquema de médicos envolvidos na contratação de estudantes para atuarem como profissionais em plantões.
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Nestes casos, segundo o delegado, o médico ficava com a maior parte do dinheiro pago pelo plantão.

"Em depoimento ao juiz, ele alegou que existe esse esquema e que, inclusive, ele teria sido contratado pela Dra. Sarita, a mesma que atuava como pediatra no Hospital Rio Mar.
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Dependendo do que ele disser hoje, vou chamá-la para prestar depoimento", disse o delegado.

A polícia também ouviu o médico André Lins de Almeida.
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De acordo com o delegado, ele contou que Alex Sandro trabalhou com ele, como acadêmico, em um hospital em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
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A polícia suspeita que o estudante tenha pego a documentação do médico na época.


Estudante incrimina pediatra


Em depoimento à Justiça na terça-feira (1º), Alex Sandro confirmou parte das denúncias do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e disse que se apresentou à Sarita usando o nome verdadeiro.

Durante audiência, Alex Sandro confirmou que foi contratado pela médica sob a condição de que ele teria que se apresentar com outro nome.


Ainda segundo o estudante, a pediatra sempre soube o seu nome verdadeiro e sua condição de acadêmico.

Alex contou, ainda, que fazia plantões no Hospital Rio Mar, usando os documentos e carimbos de André Lins, orientado por Sarita, e que parte do pagamento era repassado a ela.


Ele afirmou que após a morte da menina recebeu várias ligações dela, para ele "sumir até a poeira baixar".



Procurado pelo G1, o advogado Wanderley Rebello de Oliveira Filho, que defende a médica Sarita Fernades, disse que acusação é estranha, já que Alex Sandro trabalhou com André Lins Moreira antes de conhecer a pediatra.

Relembre o caso Joanna

Joanna estava internada no Hospital Amiu, em Botafogo, na Zona Sul. Antes de dar entrada na unidade, Joanna passou por outros dois hospitais.


No Hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca, ela foi atendida pelo falso médico.

A menina era alvo de disputa judicial entre os pais desde o seu nascimento.
Seu pai, que estava com a guarda da criança na época da internação, é acusado de maus tratos e está preso desde outubro.


PS: Ótima matéria da Tássia Thum, parabéns... Não podemos desfocar que existe um réu confesso do assassinato de Joanna que se chama André Rodrigues Marins e uma sócia do crime, Vanessa Maia Furtado... André e Vanessa merecem o mesmo tratamento jornalístico dispensado à Luciene, assassina de Lavínia... Sem esquecer que os donos do RioMar têm que explicar a formação de quadrilha dentro do Hospital administrado por eles... Jorge Schweitzer
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