O jornal O DIA publicou gravações telefônicas autorizadas pela Justiça que envolvem o jogador Adriano Imperador.
Numa delas, feita pela polícia uma semana após o título do Flamengo em 2009, Adriano chegava a debochar de blitz da PM na Barra da Tijuca e ironizar o fato de dirigir sem habilitação.
As ligações de Adriano passaram a ser monitoradas pela polícia, com autorização judicial, a partir de uma investigação feita em cima da quadrilha que domina as favelas Furquim Mendes e Dique.
Os líderes, na época, estavam escondidos dentro da Chatuba, no Complexo da Penha, reduto do atacante.
Nas escutas, a polícia descobriu um estranho saque de R$ 60 mil.
Adriano se dizia pressionado a entregar “pros caras” na comunidade.
Houve suspeita de que o dinheiro seria para o tráfico.
Em depoimento, ele alegou ter doado cestas básicas e o caso foi arquivado.
A seguir, alguns trechos da reportagem do jornal carioca: ADRIANO NO TRÂNSITO
“Quem sabe é nós! (…). A minha cara é o quê, minha cara? Tá maluco?!”, disse o então camisa 10 da Gávea, agora contratado pelo Corinthians, ao garantir para seu interlocutor que não temia ser parado na blitz.
O episódio ocorreu às 16h20 do dia 11 de dezembro de 2009.
Segundo a escuta, Adriano se dirigia para um bar da região quando passou pela fiscalização.
Ao perceber que o Imperador estava sem documentos e que, por sorte, não foi parado, o primo, identificado como Vagner, que estava em outro carro, ligou para comentar.
“Passou com o c. na mão. Não tem um papel pra falar que tu é o Adriano, p.”.
UMA MOTO E UMA EX-BBB
Três dias mais tarde, o jogador, que estava de férias, deu sequência à comemoração do título rubro-negro.
Com base nas escutas, naquela noite, a festa em sua mansão na Barra da Tijuca começou às 22h.
Adriano, mesmo após algumas doses, teria insistido em ir de moto para a Penha.
Um amigo teria pedido um táxi e escondido a chave de uma das motos estacionadas na garagem.
Mas, conforme a gravação, em vez da moto preta, Adriano teria levado a amarela.
Às 4h15 teria deixado a ex-Big Brother Priscila Pires em casa e, em seguida, ido direto para a Vila Cruzeiro.
Também teria ligado para o amigo e avisado.
“Cheguei bem”.
Eram 6h10.
PREOCUPAÇÃO COM O SEU FUTURO
Vagner e um empresário conversam sobre o futuro de Adriano na época.
Vagner — O 171 do Marcos Braz falou que vai dar um aumento pra ele…
Empresário — Mas é aquilo, cara, ele precisa rapar fora. Se ele ficar aqui vai se estragar.
Vagner — Vai mesmo.
Empresário — É aquilo que tu falou: dona Rosilda (nome da mãe do atacante) quer que ele fique pra se tratar, mas ele não vai se tratar… Ele tem que se afastar disso aqui um pouco… Ficar lá…
Empresário — Do jeito que tá, ainda mais agora… campeão, artilheiro…
Vagner — Tá com o rei na barriga.
Empresário — Vai fazer o que quiser no Flamengo.
Vagner — Ainda mais que o Isaías Tinoco (gerente de futebol) dá moral pra ele.
Empresário — A própria Amorim bateu de frente e depois veio: ‘Ah, certas estrelas a gente tem que saber lidar. Tem regalias aqui e lá fora’. Já abriu as pernas!
Vagner — É.
Empresário — Alguém deve ter falado: ‘Com ele funciona assim’. E tu sabe que no final ele mesmo já estava falando ‘não vou, não vou, deixa que eu me viro, liga pro Isaías’. Aí chega na boca do Dunga, que é todo certinho (…) Aí tira ele fora (da Copa), pronto!
Vagner — Marquei com ele de levar ele na praia. Pra dar uma banhada naquela pereba dele…
Empresário — Ainda não melhorou, não?
Vagner — P., melhorar como? O cara não cuida.
Empresário — Tá inflamado?
Vagner — Tá dando secreção.
Empresário — É, então deixa ele de molho lá um pouquinho e passa no hotel.
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