quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Leda Nagle odeia os taxistas do Rio de Janeiro; engraçado, eu não odeio jornalistas... Só alguns...
"Leda Nagle: Vida que segue
Os taxistas agora fogem das ruas nos horários de mais trânsito, por conta dos engarrafamentos
O Dia
Rio - Até o ano passado, eu pensava que circular de táxi pelas ruas do Rio só era ruim no mês de dezembro, sob o manto do 13º salário, com o aumento do número de passageiros. Claro que eu também achava que eles só desapareciam completamente das ruas em dias de chuva, momentos em que quase todos os cariocas esquecem a gentileza e o bom humor.
Mas neste quase dezembro descubro que a situação ficou ainda mais complexa do que no último ano. E ainda nem começou a chover. Agora eles fogem também dos horários de mais trânsito, por conta dos engarrafamentos. Se, por um lado, os aplicativos melhoraram muito a vida dos usuários e a dos motoristas também, por outro as características de cada taxista ficaram mais evidentes e o comportamento, menos sociável. Você entra no táxi e os adesivos intimidam qualquer um. Espalhados no veículo eles são taxativos.
Não fume. Não coma. Não beba. Não bata a porta. Não acenda a luz. Ou você entra no táxi e tem que gritar para o motorista seu trajeto porque o rádio está tão alto, mas tão alto, que, se a corrida for longa, é melhor descer do veículo. Claro que você pode pedir para baixar o volume. Ele vai fingir que aceita, vai simular o movimento, mas o som vai continuar alto. E nunca é um noticiário, é sempre um programa daqueles que o locutor conta uma tragédia, aos gritos. E ainda tem aqueles muitos que têm televisão a bordo, sempre ligada num programa policialesco, com direito a imagens de mortos e feridos. E esses sons se misturam às dezenas de sons dos aplicativos que apitam, chamam “Táxi! Táxi!”, tocam campainhas e se misturam aos toques dos celulares particulares deles, que também tocam várias vezes e você vai, circuito afora, ouvindo e participando da vida dele, sabendo que a mulher foi ao médico, o filho está com saudade, o colega taxista foi ao Detran, mas não conseguiu resolver suas questões.
Dai-me paciência. Sim, porque é preciso muita paciência para conviver com todos esses ruídos, nesses engarrafamentos intermináveis. E, claro, o motorista vai ficando com menos humor a cada quilômetro. Claro que não são todos. Tem os competentes, cordiais, profissionais, os simpáticos, que contam histórias, que se orgulham de trabalhar há mais de 46 anos na praça, que sabem o melhor trajeto, ou aceitam com boa vontade sua sugestão e tornam a viagem menos desagradável. Tem também o que gosta de contar o último assalto que sofreu ... Noite dessas, ouvi de um deles o comovente relato sobre a morte do filho, no Metrô, por conta de um fio desencapado e sua interminável luta por Justiça. “Vida que segue”, ele diz, terminando o relato. Desci rápido do táxi, para que ele não visse minhas lágrimas."
PS: Pois é, dona Leda Nagle, eu também poderia me pôr a desfiar um rosário de mágoas contra jornalistas medíocres e/ou venais mas não vou fazer isto... Existem jornalistas que utilizam a ferramenta da mídia em boas causas e outros que preferem em causa própria para angariar sei lá o quê, puxar o saco do governo catando emprego público ou simplesmente desabafar algum interesse particular contrariado... A descrição da senhora Leda Nagle sobre taxistas em geral dificilmente bate com a verdade e não tenho a menor idéia em que ponto de táxi ou aplicativo ela anda se utilizando do serviço... Evidente que existem problemas em táxis de rodoviária e aeroporto, mas isto tanto aqui quando em Genebra... Mas... Me arrisco até mesmo a imaginar que a retirada do ponto de táxi na frente da antiga TV Educativa (atual TV Lula apelidada de TV Brasil) onde ela trabalha na Avenida Gomes Freire possa ter gerado este rancor todo da madame Leda Nagle contra a classe... Pô, na boa, se algum passageiro encontrar algum taxista como o imbecil descrito pela senhora Leda Nagle basta pedir para o carro parar e pegar outro; não há razão para conviver com idiotas... Quando eu apanho um passageiro que fica provocando sem razão - normalmente é algum bêbado - eu peço educadamente para ele saltar sem me dever nada e até ajudo a apanhar outro carro já que meu táxi acabou de enguiçar... A generalização que a senhora Leda Nagle tenta nos convencer sobre os taxistas do Rio de Janeiro pode facilmente ser comprovada inverdade por qualquer usuário de taxi no RJ; pode até haver um ou outro problema, mas unânime como a narração da senhora Leda Nagle é absoluta mentira... Engraçado, esta crônica do absurdo da senhora Leda Nagle por alguma razão me fez lembrar o desprezo que outra figura se achando celebridade - a global humorista do Zorra Total Samantha Schmutz - que pagou corrida com nota de cinquenta reais falsa e depois de tudo não reconheceu o erro como se taxista não se tratasse de cidadão que merece o mesmo respeito de quem aparece na telinha... Agora, sinceramente, não fiquei aborrecido com a madame Leda Nagle embora ache uma agressão gratuita e sem nenhum embasamento ela julgar e condenar publicamente cerca de 50 mil profissional - 32 mil permissionários e 24 mil auxiliares - por ter acordado de mal humor... Mas, como diz a madame: 'vida que segue'... Ou como diria o filósofo Ibrahim Sued, guru do Boechat: os cães ladram e a caravana passa... Do episódio todo me fica apenas uma lição: caso eu passe na frente da TV Lula em dia de chuva torrencial e dona Leda Nagle erguer o braço, vou sentir um aperto no coração movido pela dúvida se devo ou não parar já que ela odeia taxista e eu não gosto de conviver num pequeno espaço com alguém que me odeia de coração... É isto! .... Ah, sim: para quem não sabe quem é Leda Nagle reavivo que se trata da pessoa feliz proprietária daquele biquini de crochê que o Gabeira usou em Ipanema assim que retornou do exílio... Nada mais sei sobre a biografia de Leda Nagle nem mesmo o grau de parentesco dela com o Gabeira, deve ser tia... Procurem no Goggle... Finalizando: Leda Nagle nos acha anti sociáveis e eu... Acho ela linda... Obrigado! .... Jorge Schweitzer
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