Ontem a tarde transportei um passageiro entre Copacabana e a PUC na Gávea...
Alguns minutos após ele saltar eu já estava em Ipanema quando percebi um barulho que demorei para descobrir que não era do rádio do carro...
O passageiro - que mais tarde se identificou como Fábio - havia esquecido seu telefone que acabou deslizando escondido para debaixo da poltrona...
Atendi e falei que voltaria para devolver o telefone, que por acaso é da marca Samsung igual ao estampado acima...
Daí...
Aconteceu o que ocorre invariavelmente nestas ocasiões quando me apresento com o objeto para devolver: o sujeito praticamente me ignorou e me tratou com desdém...
Para quem estranha devo informar que acredito que esta tática seja para evitar qualquer tentativa de um suposto achaque que o perdedor do objeto já não corre o risco pois estou na frente dele e já lhe devolvendo o que lhe pertence...
Curioso que quando faço o contato por telefone a pessoa é de uma humildade constrangedora e se transfigura quando sente-se comandando as ações...
Já devolvi inúmeros celulares e sempre acontece isto...
Lógico, saio sempre destes episódios jurando que da próxima vez entrego um aparelho para um mendigo para ele decidir o destino ou deixo no banco de trás do carro para o próximo passageiro encontrar...
Nosso sociedade já não acredita nas ações naturais e quando você se dispõe a fazer o que é certo é tratado como um estranho no ninho...
Nossos bons valores foram todos defintiivamente para o caralho...
Muito chato isto...
E triste...
Jorge Schweitzer
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