Por PAULO PACHECO
Maria de Fátima Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, criticou a Globo e, principalmente, Regina Casé, pelo Esquenta especial em homenagem ao filho dela, que trabalhava no programa e foi morto a tiros em abril no Rio de Janeiro.
Durante um debate sobre negros no Brasil, na última quinta (20), em Brasília, disse que foi censurada pela emissora e chamou a apresentadora de farsante e mentirosa.
O vídeo do debate está na internet.
"A Regina Casé é uma farsa. Ela é uma artista, é uma mentirosa! Mentirosa!", gritou a mãe de DG no evento, sendo aplaudida pela plateia.
Ela continuou: "Alguém jogou na minha bolsa uma agenda do programa escrita à mão, na qual dizia: 'Não pode falar que foi a polícia, solta as fotos sensacionalistas para a mãe chorar'. Em nenhum momento, vocês que assistiram ao programa viram a Regina Casé falar de violência, contra a polícia. E toda vez que eu mencionava, era cortada", relembrou.
A mãe de DG revelou prometeu divulgar o conteúdo completo da agenda na internet.
A agenda, no entanto, tem uma contradição que leva ao questionamento de sua autenticidade.
O texto manuscrito, segundo Maria de Fátima, diz que Regina Casé teria seguido ordens de J.B. Oliveira, o Boninho, para não fazer um programa de "vanguarda", mas "de pobre". Boninho não manda no Esquenta. O diretor de núcleo do programa é Guel Arraes.
Maria de Fátima Silva também reclamou do tratamento que a Globo deu a ela e a sua família antes e depois do Esquenta.
"Encurralaram a gente em um cômodo 3x3, trancaram a porta até o início do programa. O único local onde a gente podia circular era o salão de beleza, foram me oferecer unha e cabelo. Eu lá queria saber de fazer unha e cabelo? Eu queria uma solução imediata que esclarecesse a morte do meu filho", recordou.
Procurada, a Globo limitou-se a dizer que as críticas da mãe de Douglas Rafael da Silva Pereira contra a emissora e o Esquenta não procedem.
"A Globo entende a dor de dona Maria de Fátima da Silva, mas as afirmações durante o debate do evento Sernegra não tem fundamento. Dona Maria de Fátima teve e tem todo o apoio da Globo e a solidariedade de Regina Casé e sua equipe", afirma a emissora.
Na noite de 21 de abril, o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, foi encontrado morto na comunidade do Pavão-Pavãozinho, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro.
As investigações apontam que ele teria sido baleado ao tentar escapar de um tiroteio entre policiais e traficantes.
Em 27 de abril, o Esquenta homenageou o dançarino, com todos vestindo branco.
No programa, Regina Casé elogiou a postura de Maria de Fátima Silva e, chorando, mostrou imagens inéditas do filho fazendo uma declaração para a mãe para o especial de Dia das Mães, que ainda não tinha ido ao ar, levando-a aos prantos.
PS: Se Maria de Fátima Silva aguardava que Regina Casé se arremeteria contra a Polícia do RJ fazendo do Esquenta palanque para cobrar justiça para a morte de DG apostou errado... Regina Casé é tão somente uma apresentadora de TV que segue o script e se aparecer na sua frente algo para alavancar audiência ela utiliza e descarta... Isto é assim em qualquer mídia seja ela jornalística ou de entretenimento e não há razão plausível para cobrança muito além disto de Regina Casé... Surpreendente seria Regina Casé levantar bandeira cobrando investigações para a morte do seu dançarino... Se a mãe do DG ansiou que Regina Casé iria para as ruas e que a dor de ambas seria equivalente deixou-se levar pelas manifestações de comoção de primeira hora que se esvaem como grãos de areia por entre os dedos... A dor da mãe de DG foi utilizada para Ibope do Esquenta e sequer quando acabou de sair do palco não mais foi lembrada sequer para receber um abraço de despedida... É assim que funciona o mundo irreal por detrás das câmeras e microfones... Infelizmente... E, até me arrisco avançar: nenhum (absolutamente NENHUM) apresentador de tv ou rádio é o mesmo em seu cotidiano quando acende a luz verde de 'gravando'... Jorge Schweitzer
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