Herculano Barreto Filho
Na vila humilde no Centro de Barra do Piraí, no Sul Fluminense, onde morava numa casa de apenas um dormitório, a manicure Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, de 22 anos, era conhecida por sua dissimulação.
Vizinhos contam que o entra e sai de homens na residência era constante mas, segundo eles, um não sabia do outro.
Suzana é acusada de matar um menino de 6 anos e transportar o corpo dele numa mala.
- Com aquela cara de santa, ela enganou todo mundo - disse a dona de casa Maria Zeli Guimarães, de 62 anos.
Assim como outros vizinhos, Maria Zeli não falava com Suzana.
Nem sequer a cumprimentava. Isso porque há dois anos a manicure brigou com o marido de uma vizinha.
Depois disso, a mulher passou a ser “persona non grata” na vila.
Arrependimento
Presa na carceragem da 88ª DP (Barra do Piraí), Suzana disse estar arrependida do crime.
Segundo ela, a intenção ao sequestrar João Felipe Eiras de Sant'Ana Bichara, de 6 anos, era “só dar um susto” na família.
- Fui pressionada. Só queria dar um susto no pai dele (João Felipe Eiras Sant'Ana Bichara) para que não tentasse mais nada comigo - disse ela, que sustenta ter tido um relacionamento amoroso com o homem durante um ano meio.
A pressão, na versão da manicure, teria vindo de dois cúmplices: o taxista que a levou do Hotel São Luiz - onde, segundo as investigações, João Felipe foi morto - e o recepcionista do local.
Ela contou, também, que usou uma toalha para asfixiar o menino e que, enquanto sufocava, ele se urinou.
‘Fria e dissimulada’, diz delegado
O delegado José Mário Salomão de Omena, titular da 88ª DP, derrubou a versão de Suzana. Segundo ele, a manicure agiu sozinha:
- Ela é extremamente fria e dissimulada. Planejou cada passo.
Omena contou que o taxista e o recepcionista do hotel já prestaram depoimento.
Suzana foi indiciada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
A manicure, segundo a polícia, fazia as unhas da mãe de João Felipe, Aline Eiras Sant'Ana Bichara, há três anos.
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