Asas do Sonho

Quando comecei a escrever no blog eu só abordava a política brasileira...

Depois de cerca de dois anos percebi que não produzia nenhum resultado prático...

Nada, absolutamente nada...

Textos reproduzidos em jornais, entrevistas, documentário,  repercussão,  crônicas festejadas, tapas nas costas e só...

Figuras como Renan e Sarney estão aí para comprovar que mesmo toda avalanche de repulsa não lhes constrangem nem lhes afastam do trono...

Se tornaram senhores feudais  das sesmarias tremedais albufeiras como debochados lordes bufões entronizados pelos parceiros dos crimes cometidos por debaixo dos panos no Planalto... 


Hoje estive olhando as fotos dos jornais com  Renan e Sarney rindo da nossa cara...

Redescobri que tomei o caminho correto ao tentar ignorar a política na minha página...

Ao optar por redirecionar minha ferramenta midiática em direção à alvos onde eu possa perceber que tenho capacidade de ecoar gritos de socorro com mais competência...

Isto teve um custo premeditado...

Mas, me preparei para chegar até aqui...

Não foi por acaso, foi medido e calculado o risco evidente...

Costuma-se dizer que a ficha caiu...

Quando restam somente escombros a serem reeguidos num monumento de memória e respeito pelas vítimas...

Quando estendemos nossa companhia à  quem tem que   arrumar sozinho   o quarto do filho que não irá mais  voltar...

Quando já  não restam mais lembranças esfareladas em lágrimas que nos dispomos enxugar...

Quando  fotos, risos e sonhos se vão junto com a transfixiada alma agora oca em dor que envolvemos num abraço...

Quando todos somos sepultados juntos  ao lado de um coração  em compaixão...

Quando  não mais possível silenciar sobre  perdas...

Quando sobra apenas uma página da vida  que teima não fechar...

Como um Solo de Clarineta do Érico Veríssimo...

Somos incapazes de impedir que Sarney e Renan saracoteiem  no atacado  sobre o chão de serragem do picadeiro de Brasília...

Mas temos obrigação de perseguir assassinos e parceiros impedindo no varejo que continuem vivendo em sociedade lhes proporcionando, pelo menos, o castigo de expor seus crimes...

E cravar-lhes na testa nossa marca para sempre...





Jorge Schweitzer