terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Padre Emilson Soares Corrêa, 56 anos, será indiciado por estupro de menina de 7 anos de idade






Padre é flagrado fazendo sexo na casa paroquial e será indiciado por estupro de menina de sete anos 

Padre também era padrinho da vítima 

Rafael Soares e Andrea Machado 
Extra


Não é só no Vaticano que a Igreja Católica vive às voltas com denúncias de escândalos sexuais. 

Em Niterói, a Polícia Civil vai indiciar um padre por estupro de vulnerável. 

Ele teria abusado de uma menina, hoje com 10 anos, quando ela ainda tinha 7 banos. 

Mas não foi só: de acordo com depoimentos prestados na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói, Emilson Soares Corrêa também manteve relações sexuais com outra menor, sua afilhada e irmã da outra vítima, desde quando ela tinha 13 anos. 

Emilson, de 56 anos, era o responsável pela paróquia da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no bairro do Cubango. Uma das vítimas era coroinha da igreja e foi batizada, aos 13 anos, pelo padre, que também foi o padrinho de batismo. A partir do batizado, 

"O padre passou a aliciá-la e tocá-la em suas partes íntimas em troca de presentes como sorvetes, chocolates e passeios", conforme relatou a vítima, hoje com 19 anos, à polícia. 

O EXTRA teve acesso a um vídeo, feito pela vítima, que mostra Emilson fazendo sexo com uma adolescente em plena casa paroquial. 

Segundo a vítima, que armou a situação para denunciar o padre, a garota teria 15 anos. 

A denúncia foi levada à delegacia pelo pai das meninas. 

Segundo ele, foi sua ex-mulher que flagrou a filha mais velha discutindo com o padre. Na ocasião, ela revelou à mãe que se relacionava sexualmente com o padrinho. 

- Quando soube que minha filha mais velha estava sendo abusada, perguntei à mais nova se havia ocorrido algo com ela. Ela disse que durante um passeio a um sítio, quando tinha sete anos, o padre tocou em sua partes íntimas - contou ele. 

Envolvimento emocional 

Em petição enviada à delegacia, Emilson confessa ter mantido relações sexuais com a mais velha das duas irmãs, mas só a partir de quando ela completou 18 anos. 

Segundo o texto, ele "se sentiu envolvido emocionalmente" com a menina. 

A delegada Marta Dominguez, que abriu o inquérito, explica que a denúncia só leva em consideração o estupro da irmã mais nova. 

Segundo ela, o caso da outra menina não se enquadra no crime: a vítima já tem mais de 14 anos, e não ficou provado que houve ameaça. 

Sacerdote é suspenso pela Arquidiocese 

Diante da denúncia, a Arquidiocese de Niterói informa que decidiu pela "suspensão temporária do sacerdote". 

Atualmente, o padre não é responsável por nenhuma paróquia. 

O órgão também alegou, em nota, que a acusação está sendo investigada e que "o próprio sacerdote levou a denúncia ao conhecimento do Ministério Público, para que apure a veracidade ou não da mesma". 

A delegada Marta Dominguez disse que só aguarda um depoimento do pai das vítimas para encerrar o inquérito. 

O padre foi procurado em quatro números de telefone - inclusive aqueles citados em seu depoimento - mas não foi encontrado. 

‘Pode haver estupro, mesmo sem sexo’, diz delegada Marta Dominguez 

Qual denúncia será oferecida ao Ministério Público? 

Ainda falta fechar o inquérito. Quero ouvir o pai das vítimas mais uma vez. Mas, em relação à irmã mais nova, houve estupro de vulnerável. No caso da mais velha, não é possível enquadrá-lo no crime. 

Por quê? 

Não há nenhuma prova que o padre tenha ameaçado ou violentado ela. Sem contar que ela afirma, em depoimento, ter filmado o padre fazendo sexo com ela quando já tinha mais de 18 anos. 

O padre compareceu à delegacia para depôr? 

Ele não depôs, mas no dia 12 de dezembro enviou uma petição confessando que havia feito sexo com a irmã mais velha, mas só quando ela já era maior, depois de 2012. 

Ele pode ter feito sexo com a irmã mais nova? 

Ela fez exame de corpo de delito e, no resultado, comprovou-se que ela ainda é virgem. Mas o relato da menina, em que ela afirma que o padre tocou em suas partes íntimas, já basta para a concretização do crime. 

O flagrante 

O pai das vítimas, em depoimento, diz que armou com a filha o flagrante do padre: ele afirma que "determinou que sua filha mantivesse relação sexual com o acusado e filmasse com o telefone celular". 

A filmagem 

No vídeo, filmado pela vítima, já com 19 anos, uma menina faz sexo com o padre na casa paroquial, nos fundos da igreja. Ao fundo, é possível ver uma reprodução da Santa Ceia. Segundo o denunciante, a menina que aparece no vídeo teria 15 anos. 

A confissão 

O pai das duas vítimas afirmou, em depoimento, que, no dia 22 de novembro do ano passado, chamou o padre em sua casa e, exigindo explicações, mostrou o vídeo. Ele relata que, na ocasião, o padre pediu perdão. 

Na Arquidiocese 

Em seu depoimento à polícia, o pai das vítimas também conta que levou o vídeo ao arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias para que fossem tomadas providências em relação ao caso. 

Segundo o relato, o arcebispo estava acompanhado de dois advogados na ocasião. 

No final do diálogo, na saída da Arquidiocese, o pai afirma que "percebeu que estava sendo seguido por dois homens que se encontravam no local". 

No Vaticano 

Segundo o jornal italiano "La Repubblica", o Papa Bento XVI, que já anunciou sua renúncia para o mês de março, teria decido deixar a Igreja depois de receber um dossiê de mais de 300 páginas com detalhes de práticas de corrupção, promiscuidade e o mapeamento de uma rede de prostituição homossexual dentro do Vaticano. 

VatiLeaks 

Em janeiro de 2012, partes do documento já haviam sido roubados no episódio conhecido como VatiLeaks. 

A expressão é uma comparação com o fenômeno Wikileaks. 


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