sexta-feira, 18 de abril de 2014

Nota fiscal da compra de extintor foi fundamental para esclarecer morte do menino Bernardo Uglioni Boldrino




Nota de compra foi fundamental para polícia esclarecer morte de Bernardo 

Comprovante com mesma data do desaparecimento levou policiais a imagens de vídeo 


Carlos Wagner, de Frederico Westphalen 
carlos.wagner@zerohora.com.br 


Ao seguir o rastro da nota de compra de um extintor para carro, agentes da Polícia Civil conseguiram chegar a uma das provas cruciais para esclarecer o assassinato de Bernardo Uglioni Boldrini, 11 anos. 

O corpo do menino foi encontrado em uma cova rasa no interior de Frederico Westphalen, cidade agrícola do noroeste do Estado. 

Na tarde do dia 14, os policiais acharam o cupom no interior da caminhonete Mitsubishi L200 da madrasta Graciele Ugulini. 

O papel tinha a data do dia 4 de abril (quando o menino sumiu) e indicava um posto de combustíveis no centro de Frederico como o local da compra do extintor de incêndio. 

Essa pista levou a polícia até o estabelecimento, onde uma das sete câmeras de segurança disponíveis flagrou uma movimentação fundamental para apurar as circunstâncias do crime que abalou o Rio Grande do Sul. 

O pai do menino, o médico Leandro Boldrini, a madrastra Graciele Ugulini e uma amiga da família, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, estão cumprindo prisão temporária como suspeitos da morte do garoto. 

 — Fiquei surpreso quando os policiais chegaram. Eles mostraram o cupom de compra do extintor e perguntaram pelas imagens das câmeras — explica Jonir Piaia, um dos sócios do posto. 

Com base no horário registrado no cupom, os policiais começaram a vasculhar as imagens armazenadas em computador. 

A compra foi realizada na tarde do dia 4, justamente a data em que a madrastra saiu de Três Passos para Frederico com o menino e, no caminho, acabou multada. 

Eram 13h30min quando ela estacionou a caminhonete preta na Rua Tenente Portela, ao lado do posto. Nesse local, já estava estacionado um Siena de propridade de Edelvânia. 

— A madrasta desceu da caminhonete e caminhou, com a mão no ombro do menino, até sair do alcance da câmera — comenta Piaia. 

Cerca de 15 minutos depois, a madrasta, a assistente social e o menino apareceram novamente nas imagens embarcando no Siena. 

Por volta das 17h, o automóvel retornou ao local onde estava estacionado anteriormente. 

— As duas mulheres desceram do carro com três ou quatro sacolas na mão e as colocaram em um latão de lixo. O menino não voltou. Um dos policiais que assistia ao vídeo chorou e disse "elas mataram a criança" — descreve Piaia. 

Até então, o menino era dado como desaparecido. 

Depois de ver as imagens, os policiais voltaram a interrogar Edelvânia — que acabou confessando o crime. 

 — As imagens originais estão armazenadas dentro de um computador e protegidas por senha — afirma Piaia. 

O sócio do posto desligou o telefone celular para escapar do assédio dos jornalistas. 

Ele disse que recebe centenas de ligações diárias pedindo o registro da câmera de segurança. 

— Pediram que não divulgasse as imagens porque a apuração ainda não acabou — afirma.


PS: A eficiência da Polícia em esclarecer o crime se sobrepõe a ineficácia do Judiciário em proteger a criança viva... JS






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