domingo, 20 de abril de 2014

Leandro Boldrini, Graciele e Edelvania estão no mesmo presídio e em celas isoladas para não serem trucidados pelo tribunal informal da cadeia



 Na foto acima o pai de Bernardo, Leandro Boldrini, entrando no camburão da Polícia à caminho do presídio de Três Passos RS


Pai, madrasta e assistente social estão na mesma cadeia, isolados e evitam contatos com os presos 

ZH foi até a prisão onde eles estão recolhidos, conversou com apenados e teve acesso a relatos de quem frequenta as galerias Enviar para um amigo 


Mauricio Tonetto, de Três Passos 
mauricio.tonetto@zerohora.com.br 


No tribunal informal da cadeia, o médico Leandro Boldrini, 38 anos, a enfermeira Graciele Ugulini, 32 anos, e a assistente social Edelvania Wirganovicz, 40 anos, já estão condenados. 

E a pena é proporcional à frieza e à crueldade do crime que os três teriam cometido contra o menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, filho de Leandro e enteado de Graciele. 

Zero Hora foi até a prisão onde eles estão recolhidos, conversou com apenados do regime semiaberto e teve acesso a relatos de quem frequenta as galerias. 

Por motivo de segurança, o local e os nomes dos entrevistados serão ocultados. 

— Se pegarmos eles aqui dentro, deixamos só as roupas, em fiapos. Ninguém quer ver a cara deles aqui — falou um preso que progrediu do fechado para o semiaberto durante essa semana e cruzou algumas vezes pelas celas de Leandro, Graciele e Edelvania. 

O trio está na mesma penitenciária, isolado e sem nenhum contato entre si. 

A ordem expressa é que a madrasta e a assistente social não conversem de maneira alguma. Isso porque foram elas que tramaram como Bernardo seria morto e enterraram o corpo em uma cova às margens de um rio em Frederico Westphalen, no dia 4 de abril, conforme depoimento da própria Edelvania à delegada Caroline Bamberg, que Zero Hora teve acesso com exclusividade. 

A Polícia Civil tenta apurar o grau de envolvimento de Leandro, quem teria aberto o buraco para enterrar o garoto e o responsável por aplicar a injeção letal em Bernardo. 

Por isso, é fundamental mantê-los inacessíveis durante o tempo da prisão provisória, estipulada inicialmente em 30 dias. 

A chegada deles à cadeia alterou a rotina da população carcerária. 

Pesa contra os suspeitos o fato de o homicídio ter sido praticado contra uma criança, inaceitável para a maioria dos criminosos. 

Assim que a Polícia Civil concluir o inquérito e remetê-lo ao Ministério Público, a madrasta e a assistente social devem ser transferidas para presídios femininos, e Leandro seja levado para um local com segurança reforçada, se tiver de permanecer preso até o julgamento do caso. 

 — Estamos no sistema, já vimos tanta coisa. Os agentes são acostumados a episódios desse tipo e até piores, lidam com todo tipo de gente, faz parte da vida aqui — confidencia um servidor. 

 — No início é perigoso. Depois, com o tempo, os presos acostumam e ficam misturados sem maiores problemas — complementa um agente penitenciário. 

A Polícia Civil e a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) preferem não divulgar a cadeia que os acolhe para evitar uma pressão popular e até linchamento. 

Juiz afirma que presos não aceitam assassinos de crianças 

— Dentro da cadeia, esse tipo de crime tem uma repercussão muito maior do que o estupro, é bem mais grave a circunstância da morte de uma criança para os detentos. O estuprador, nos presídios do Interior, até que consegue conviver, mas o assassino de criança tem muita dificuldade. No caso das mulheres que já se envolveram em morte de criança, é preciso o isolamento, as presas não gostam mesmo. A visão é que jamais vai se aceitar que os pais matem os próprios filhos. O que mantém a esperança de um preso é a visita do seu filho. O autor de morte de criança sofre muito, porque ele é excluído pelos excluídos — explica o juiz Sidinei Brzuska, da 1ª Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre. 

— Até hoje, não consegui ver por muito tempo o isolamento de casos assim em presídios do Interior, é necessária a transferência para cadeias maiores, que têm alas para detentos com histórias semelhantes — acrescenta.


 PS: Estou tentando descobrir em qual presídio estão estes bandidos, se eu descobrir eu publico, na hora... Se alguém souber, me envie por email que eu preservo a identidade da fonte... JS







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