Ivan Iunes - Correio Braziliense
Na manhã de sexta-feira, 13 de maio, a comerciante Iolanda Keiko Miashiro Ota subiu no púlpito da Câmara dos Deputados para fazer valer a máxima: "Se quer algo bem feito, faça você mesmo".
A camiseta com o rosto do filho Ives, morto aos oito anos em 1997, é conhecida nos corredores da Casa.
Mas pela primeira vez subiu ao púlpito, simbolicamente empunhada por 213.024 eleitores que elegeram a agora deputada federal Keiko Ota (PSB-SP).
Desde que ela tomou posse no mandato, em fevereiro, a deputada e o marido, Masataka Ota, têm por missão aumentar a pena para crimes hediondos no país.
Objetivo que não foi possível no passado, mesmo apoiado por 3 milhões de assinaturas, mas que agora tem mais do que uma intenção,
um mandato.
Há 12 anos, Keiko e o marido, Masataka, iniciaram uma peregrinação por alterações no Código Penal.
A missão de vida dos Ota teve início depois que o filho do casal foi sequestrado e morto por seguranças de Masataka, depois de reconhecer o rosto de um dos algozes no cativeiro.
Após o crime, o casal recolheu 3 milhões de assinaturas e entregou-as em 1999 ao então presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pedindo que crimes hediondos fossem punidos com prisão perpétua e trabalho agrícola.
Desde então, o processo nunca avançou no parlamento.
Pior, os acusados de assassinar o filho do casal foram condenados a 43 anos de prisão, mas acabaram soltos depois de apenas seis anos, com a regalia de cumprir o tempo em prisão militar — todos eles eram policiais da PM.
Inconformada com o desfecho do caso da morte do filho, Keiko decidiu criar um novo fim.
"Fiz uma declaração de vida para o Ives. De que, enquanto eu viver, não vou querer vingança, mas justiça. O perdão pode e deve conviver com a Justiça. Só cumpriremos nossa missão com 213 mil eleitores e 3 milhões de pessoas se terminarmos nosso mandato com essa lei aprovada", diz a deputada.
Como a lei inicial que previa prisão perpétua para crimes hediondos é inconstitucional, Keiko decidiu alterar o texto.
Quer agora estabelecer pena de 100 anos para criminosos como os que assassinaram Ives, sem possibilidade de progressão.
Ritmo
Desde fevereiro, a rotina de Keiko passa pela Câmara de terça a quinta-feira.
Na segunda, sexta e sábado, os dois atendem outras vítimas de crimes hediondos no Instituto Ives Ota, em São Paulo.
Na tentativa de fazer o Legislativo caminhar com as próprias mãos, o casal admite que ainda pena para se acostumar ao ritmo do Congresso.
"Todo dia recebemos uma lista de comissões, é comissão disso, daquilo. Mas só comissão não adianta, vamos resolver! Passam o dia discutindo e nada. Noutro dia, muda-se o assunto, mas não se resolve", exalta-se Masataka. Japonês de Okinawa, no Brasil desde os dois anos, o marido de Keiko orgulha-se de ter sido o pioneiro em São Paulo nas lojas de R$ 1,99.
Até hoje guarda no sotaque o traço da alfabetização inicial no idioma nipônico.
Desde a morte do filho, no entanto, a cabeça do casal não desliga de outra coisa se não evitar que outras crianças sofram o mesmo destino.
O antigo comércio, que chegou a somar 15 lojas, perdeu o antigo fôlego quando a prioridade dos Ota passou a ser o Instituto que leva o nome do filho.
Para manterem-se unidos, decidiram agarrar-se à religião e ao apoio às vítimas de violência.
"Minha maneira de exorcizar o que aconteceu com meu filho foi gritar ao mundo. Quantos pais passam por essa dor e não se recuperam? Matam por motivos banais e não podemos ficar assistindo. Por isso viemos a esta Casa", conta Keiko, descendente de japoneses, nascida e criada na Vila Carrão, Zona Leste de São Paulo.
Com a eleição no ano passado, os dois se revezam no lobby com os parlamentares.
"Desde que cheguei são vários deputados que vêm falar conosco. Muitos perderam os filhos e vêm se consolar. Vamos recolher as assinaturas de todos os outros 512 deputados e 81 senadores", ambiciona Keiko.
"Eu e meu marido fizemos até uma frente parlamentar para vítimas de violência. O culpado tem muitos mecanismos: indulto, progressão penal, benefícios, mas os parentes das vítimas, não", diz. O objetivo da deputada é criar benefícios como assistência psicológica para os familiares de mortos em crimes hediondos.
Perdão
Além do maior rigor em casos como o de Ives, Isabella Nardoni e Isabela Tainara, os Ota esperam aprovar em quatro anos apenas mais um projeto de lei, instituindo o Dia Nacional do Perdão.
"Depois do que aconteceu com o Ives, minha intenção sempre foi matar os caras, de todo jeito. Até que um dia preparei meu 38 para ir ao presídio. No caminho decidi jogar a arma fora e fui até lá para perdoá-los", relata Masataka.
"A verdade é que a nossa Justiça não condena os culpados, mas os inocentes", afirma.
O primeiro discurso de Keiko na Câmara atraiu a atenção de seis deputados, todos pedindo apartes — número alto para uma sexta-feira de manhã.
Quatro parlamentares afirmaram ter deixado o gabinete para pronunciar falas de apoio. Os outros 506 deputados que não compareceram já estão marcados na agenda de Keiko e Masataka.
Receberão em breve um pedido de apoio, que virá embasado por 3 milhões de assinaturas.
PS: Taí, gostaria que a deputada federal Iolanda Keiki entrasse em contato comigo para incluirmos o Caso Joanna nesta luta: jorschweitzer@gmail.com ... JS
bom dia deputada keiko talves a sra não lembre de mim sou joão do origami que faço trabalhos com o srt ulinsses na jornada da cidadania e na exposição do japão agora recebi ultimato que meus trabalhos de origami por determinação do major pm malone cordenador de finanças que meus trabalhos de origami não pode mais ficar na sub prefeitura de vila prudente gostaria de fazer um leilão dos meus trabalhos inclusive do maior origami do brasil que e o jacare para a associação ives ota ou outra associação preciso muito de sua ajuda contato 011/33970847/33970820 ou da minha casa apos as 19.00horas o grande buda já esta terminado e depois da exposição do japão sera doado para o templo budista com apoio do pessoal do kerem caso não consigo fazer a doação vou ter que queimar meus origami pois não tenho espaço ena sub prefeitura a onde que ele esta não atrapalha ninguem o srt ulinsses foi quem deu a ideia de fazer a doação obrigado atodos
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