sexta-feira, 21 de março de 2014

Luciana Muratori, mãe de Cloé, fala da condenação de 37 anos de cadeia do assassino de sua filha





'Ela não volta, mas justiça foi feita', diz mãe de garota estuprada e morta Luzinê de Araújo foi condenado por crime contra Cloé Muratori em 2008.

Menina passava férias com a família em casa de vila turística da Bahia.

Henrique Mendes
Do G1 BA



"Foram cinco anos de agonia. Não vou ter a minha filha de volta, mas a justiça foi feita. Estou mais aliviada".

A declaração feita ao G1, na tarde desta sexta-feira (21), é da paulista Luciana Muratori, 37 anos, mãe de uma menina de três anos que foi sequestrada, estuprada e morta em um condomínio do município de Trancoso, localizado a 719 quilômetros de Salvador, região sul da Bahia.

O alívio da mãe tem uma explicação.

Na noite de quinta-feira (20), Luzinê de Araújo dos Santos, 30 anos, acusado pela morte da menina Cloé Muratori Paroli, foi condenado a 37 anos e 6 meses de prisão, por meio de votação unânime em júri popular.

Pouco mais de 17 horas após a decisão dos jurados, Luciana disse que volta para a Austrália, na próxima terça-feira (25), com a certeza de que o crime contra a filha não cairá na impunidade.

"Inicialmente, eu não queria vir para o julgamento. Tinha medo do resultado. São sete pessoas no júri e você nunca sabe ao certo a decisão que irão tomar. Entretanto, o meu advogado disse que a minha presença era importante, mesmo sabendo que o marido estaria no julgamento", relata Luciana.

Quando a sentença foi proferida pelo juiz, por volta das 19h30 de quinta-feira, Luciana disse que um grito de alívio saiu quase inconscientemente.

"Admito que falei: Mofe no inferno. Eu tinha que dizer algo para ele. E foi isso que saiu", detalhou.

A mãe da vítima ainda destaca que foi abraçada por todos os integrantes do júri, composto por seis mulheres e um homem.

"O fórum ficou lotado. Todo mundo me deu muita força", completou.

Lembranças Emocionada, Luciana Muratori diz que guarda as tristes lembranças do dia do crime.

Ela conta que estava em um condomínio de Trancoso com a família, comemorando o retorno para o Brasil após três anos morando na Nova Zelândia .

"Eu e o meu esposo [que é neozolandês] decidimos abrir um negócio, em São Paulo, que deveria ser iniciado em janeiro de 2009. No final de 2008, tivemos a ideia de relaxar antes voltar ao trabalho. Imaginamos: nossa, vamos passar um período de férias em uma praia da Bahia", lembra Luciana.

Ela conta que no dia 4 de dezembro de 2008, a filha estava brincando na frente da casa, quando ela foi acordar o marido.

Ao voltar, ela disse que não viu mais a menina e começou a procurar, sem imaginar que a filha já tinha sido vítima de uma brutalidade.

Ao atravessar uma passarela próximo ao condomínio, que era coberto de arames farpados e dava acesso a um riacho, ela disse que encontrou o homem que posteriormente seria apontado como o principal suspeito.

"Eu perguntei se ele tinha visto a minha filha e ele disse que não. Entretanto, logo ele virou a cabeça para o lado e apontou como se tivesse visto algo. Eu pedi que ele olhasse e ele disse que era a Cloé. Ela estava com corpo coberto de folhas em um espécie de manguezal", relata.

Luciana destaca que, inicialmente, a suposição de todos é que teria sido um afogamento.

Entretanto, por não compreender como a filha teria chegado sozinha ao riacho, o pai resolveu verificar o corpo da menina e notou sinais de abuso sexual.

O suspeito foi identificado e preso no final de fevereiro de 2009.

"Na época da prisão, eu descobri que estava grávida. Não queria mais viver com meus filhos e marido no Brasil. Em 2010, fomos morar na Austrália", relatou a mãe da vítima, que já tinha um outro filho, um pouco mais velho que Cloé.

Luciana diz que o condenado, Luzinê de Araújo, estava realizando uns serviços no condomínio como jardineiro.

Ele era marido da empregada da casa, que após o crime se separou do suspeito, com quem tinha uma filha idade de Cloé.

"Ela acompanhou o julgamento do início ao fim. Todo mundo conta que ela ficou muito abalada com o fato. Ela não tem culpa de nada", considerou.





Um comentário:

  1. No dia 20 fiquei procurando notícias, queria saber o resultado do julgamento, não poderia ser diferente, a condenação era certa. Justiça de Deus e dos homens para esse verme. Que seja colocado em cela comum. A unica coisa que nao entendo é como pode haver advogado para defender um sujeito desse.
    A menina tinha o mesmo rostinho da mãe. Que Deus conforte essa família. Meu apoio e solidariedade.

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