domingo, 16 de março de 2014

Leidson Acácio Alves, o ex-morador de rua que se tornou sub-comandante da UPP Vila Cruzeiro RJ




Leidson Acácio Alves passava pelo maior desafio da sua vida quando foi alvejado na cabeça por traficantes, em um beco escuro da Vila Cruzeiro, dentro do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro... 

Leidson foi morador de rua, vendedor de bala em trem... 

Leidson Acácio Alves não perdeu a dignidade nunca, apesar dos acidentes de percurso... 

Estudou e se preparou para atingir outros sonhos... 

Se tornou motorista de caminhão guincho terceirizado da Operação Lei Seca do Rio de Janeiro... 

Numa conversa com um PM durante seu trabalho foi aconselhado a ser tornar policial... 

Leidson tinha 24 anos de idade quando entrou para a Escola de Oficiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro... 

Foi aprovado... 

Foi destacado como sub-comandante da UPP do Alemão... 

Leidson ainda tinha o sonho de se tornar integrante do Bope... 

Não deu tempo... 

As intermináveis vielas em zigue-zague da favela são uma armadilha terrível para quem vai a frente da tropa... 

Leidson tombou no cumprimento do dever, como um comandante exemplar, daqueles que se arriscam abrindo caminho de peito aberto para proteger seus comandados no reconhecimento do campo minado... 

Sua esposa, Jaqueline Oliveira, de 26 anos, descreveu toda a dor da despedida em sua página do Facebook: 

“Me lembro bem a primeira vez que eu te olhei nos teus olhos eu encontrei ternura e amor como eu nunca vi igual. Meu amor é muito mais do que eu podia imaginar ... Se uma lágrima cair do meu olhar, não leve a mal é o meu coração querendo te encontrar...”. 

Leidson deu a volta por cima se tornando um exemplo da vida real... 

A trajetória de Leidson Acácio Alves merece um roteiro de filme... 

Sua memória exige que seu assassino seja encontrado...  




Jorge Schweitzer





3 comentários:

  1. Eu sou o PM que o orientou a entrar nas fileiras da corporação, na época eu era soldado e hoje sou cabo, e só falei pra ele entrar por que ele ganhava pouco e me dizia que gostaria de dar mais tranquilidade para sua esposa, e que havia feito pré vestibular comunitário e que para oficial era mais tranquilo e quando ele se formasse era pra ele trabalhar em algum lugar mais tranquilo tipo a lei seca, mas ele quis vibrar... O excesso de vibração matou o combatente... eu queria muito ter encontrado ele pra dar alguns conselhos após o término de seu curso, mas nem deu tempo... foi muito rápido... só lamento os oficiais de escalão superior terem colocado ele tão recém formado naquele barril de pólvora...
    Estou muito triste... sofrendo realmente pois ele era muito bom... de coração e muito feliz, estou sofrendo, me sentindo culpado.
    Sem mais...
    CB PMERJ

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  2. Q pena alguém jovem e com essa garra e determinação ter um final assim. Espero que a familia encontre consolo nas lembranças e no orgulho que devem sentir por ele.
    E ao PM que deixou o comentário aqui, nao se culpe por isso. Vc deve se sentir feliz por saber q incentivou uma pessoa a crescer na vida e a buscar algo mais, ninguém tem o poder de adivinhar as coisas ruins ou boas que o futuro nos reserva.

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    1. Obrigado pelas sábias palavras, com certeza me serve de conforto. Que Deus esteja guardando a alma do nosso amigo Leidson...
      CB PMERJ.

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