sábado, 29 de junho de 2013

Império do Sol









Engraçado...

Quando apareceram as primeiras manifestações nas ruas lembrei do filme Império do Sol...

Nem sei por qual razão...

Foi um dos filmes mais emocionantes que assisti...

Um  menino inglês como todos nós achamos que somos protegidos...

Logo no início uma bomba explode na sua janela e acredita que ele mesmo foi responsável pela explosão...

Sua vida vira  montanha russa...

Passa a se adaptar a todos seus desamparos...

Recria sua nova lógica de vida com seus últimos resquícios de piedade humana...

Improvisa escambos de mediações de conflitos no meio do caos...

Apesar de minúsculo utiliza seu corpo para se interpor entre ataques e os doentes de enfermaria...

Sorri, chora, esperneia...

Jamais abandona a esperança...

Por vezes é considerado herói...

Em outras desprezado ao abandono...

Escolhe suas pequenas grandes causas...

A não  esquecer que existem afagos mesmo na desesperança...

Vê sua protetora ser levada no grande clarão de Hiroshima e Nagasaki...

O menino se torna  um autômato sem rumo na escuridão...

Até ser reencontrado...

Igualmente lembrei do guerrilheiro Feliks, do Homem de São Petersburgo de Ken Follett...

Passagens ficcionais  de Feliks  tão exatos com nosso cotidiano que assustam pela similaridade...

Anarquistas muito além de qualquer romantismo da glória...

Existem episódios que mudam nossa trajetória...

Existem momentos em que controlamos todos nossos destinos...

Noutros somos levados pela história...

Em outros nos tornamos protagonistas involuntários...

Como uma bomba explodindo em nossa janela...

Como a massagear socando todos corações tentando os trazer de volta...

Sempre que alguém pergunta o por quê?

Não sei responder...

Assistam Império do Sol...

Leiam o Homem de São Petersburgo...

Cada um de nós está em cada cena...

Até o fim!




Jorge Schweitzer








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