Internado, sócio da Kiss não come direito e tem apoio de psiquiatra
Segundo a polícia, ele tentou suicídio; médico nega e diz foi crise nervosa.
Advogado afirma que cliente não quer se manifestar, nem os familiares.
Márcio Luiz Do G1, em Cruz Alta (RS)
Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, segue internado desde domingo (27) em um hospital particular de Cruz Alta, a 130 quilômetros de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Ele é um dos proprietários da boate Kiss, atingida por um incêndio que deixou 236 mortos.
Nesta sexta-feira (1), ele aguarda a decisão sobre a renovação ou não de seu pedido de prisão.
Abalado, Kiko realiza acompanhamento de psiquiatra e psicólogo e recebe soro no hospital. Segundo o médico Paulo Ricardo Nazário Viecili, que cuida do empresário, ele não se alimenta direito nem bebe água e por isso passou a receber soro.
Na página de Kiko no Facebook, amigos deixam mensagens de apoio.
Com a prisão temporária decretada desde segunda-feira (28), Spohr ocupa uma suíte no terceiro andar do Hospital Santa Lúcia, com duas camas, banheiro e televisão.
Ali, é vigiado 24 horas por dia por três ou quatro policiais militares, que se revezam em turnos.
Eles ficam dentro do quarto ou em uma antesala, mas sem perder o paciente de vista.
Com TV disponível no quarto, o empresário piorou ao assistir ao noticiário sobre a tragédia em Santa Maria.
De acordo com o médico, o sócio da casa noturna percebeu a dimensão do incêndio e viu que perdeu amigos que frequentavam não só a boate, mas também a casa dele.
Abalado, ele teria tentado cometer suicídio na tarde de terça-feira (29), o que é negado por Viecili.
Segundo a delegada Lylian Carús, Spohr amarrou a mangueira do chuveiro na janela, mas policiais o teriam impedido de colocá-la em volta do pescoço.
No entanto, o médico diz que foi uma crise nervosa. "A Brigada Militar se precipitou. Ele teve uma crise nervosa, ficou muito agitado, gritou, mas não tentou se matar", disse o cardiologista.
Médico e delegada divergem também sobre outra questão. Lylian diz que o sócio da boate se encontra algemado à cama.
Já Viecili afirma que as algemas foram retiradas na quarta-feira (30) e que agora são utilizadas "faixas de contenção" nos pulsos do paciente nos raros momentos em que ele fica fora do campo de visão dos policiais.
A delegada rebate as afirmações de Viecili.
"O médico não sabe o que está falando, ele nem estava no quarto quando o fato ocorreu. Ele mesmo (Spohr) me disse que tinha intenção de tirar a própria vida", disse.
"Estamos preocupados com a integridade física dele, em relação a ele mesmo, em relação a terceiros e também com a possibilidade de fuga", acrescenta. O estado de saúde do empresário, que estava na boate durante o incêndio, é estável. Ele não precisa mais de oxigenação e deve passar por exames para avaliar os danos causados pela fumaça no seu pulmão. O que preocupa Viecili é o estado emocional do seu paciente.
"Do ponto de vista emocional, ele está muito prejudicado. Nos primeiros dois dias, ele estava em estado de choque, fora da realidade. Agora, oscila entre crises de choro e crises de depressão. Está permanentemente sob efeito de sedativo", diz o médico.
O médico conta que visita o paciente três vezes por dia, uma em cada turno, e que não tem relação com Spohr ou com a família dele.
Um amigo em comum teria pedido sua ajuda, pois o empresário estava com medo de procurar os hospitais de Santa Maria, logo após se apresentar à polícia.
Ele foi levado para Cruz Alta quando a prisão dele ainda não havia sido decretada. Ainda não há previsão de alta para o sócio da boate, conforme o médico.
Apesar das informações de Viecili, não há boletins médicos sobre o estado de Spohr.
A assessoria de imprensa do hospital diz que a instituição foi orientada “pela autoridade policial” a não fornecer informações sobre o estado de saúde do paciente nem em que condições ele é mantido sob custódia policial.
Procurado, o advogado de Spohr, Jader Marques, disse que falou com seu cliente pela última vez na manhã desta quinta-feira (31) e que ele estava “bem”.
Reiterou que o sócio da boate ou familiares dele não querem se manifestar. “Ainda não é o momento para isso”, disse.
PS: Salvo equívoco, não consta que o preso Elissandro Callegato Spohr tenha direito a este privilégio de médico particular; seria algo equivalente a presidiário requisitar guarda-costas ao invés de carcereiro... E, pela primeira vez na história recente assisto um médico, Paulo Ricardo Nazário Viecili, entrar como papagaio de pirata na história para aproveitar a projeção midiática da tragédia para alavancar sua carreira; isto é comum a advogados de porta de cadeia; médico de porta de cadeia é a primeira vez que presencio... Agora se Elissandro Callegato Spohr retirou mangueira do chuveiro e prendeu na janela, como afirma seu médico Paulo Ricardo Nazário Viecili, negando apenas a intenção de suicídio, nos resta concluir que foi tentativa de fuga... Mais um motivo para enfiar algema no meliante... Melhor o dr. porta de hospital ficar ligado... JS
Esse termo "meliante" pegou mal. Meliantes pra mim são ladroes , sequestradores, e ect. O sr se coloque no lugar dele e pense por um minuto o inferno que ele deve estar vivendo. È mais fácil culpar os mais fracos. Tenho profunda solidariedade com todos envolvidos nisso, das familias dos mortos, das familias dos presos, dos presos, mas não tenho nehuma pena das autoridades, essas sim, culpadas por trágedias desse naipe. Não adianta sra presidenta chorar. Começe a com a ponta do iceberg.Coloque o dedo na ferida, sr blogueiro e veja qtas situações de risco esses jovens são colocados, por conta do descaso.Ou sugira aos promotores prender todos os donos de casas noturnas que todo fim de semana expoem seus frequentadores a morte. Fça uma enquete e verá o qto o descaso dos orgão publicos tratam essas questoes.Aliás, cheme tbem meliante, os que não ligam pra saude, que desviam verbas e pessoas morrem nas filas. Os médicos que assinam ponto e colocam em risco uma crinaça com bala perdida na cabeça.
ResponderExcluir"O Inferno que ele está vivendo" é o medo de acabar a mamata, Anônimo Nr.1. Tivesse investido em segurança, tivesse o próprio negócio sobre controle, se interessando que tipo de show cada banda traz para o palco, essa tragédia teria sido evitada. Mas quem só investe no lucro, deixa grande margem para tragédias como essa. Quem deveria fiscalizar, não fiscalizou e os donos aproveitaram bem a situação. Muitos têm culpa, mas ninguém quer pagar por ela.
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