Pastor Antonio Carlos Costa, do Rio de Paz, e o Caso Joanna Marcenal

Pastor Antonio Carlos Costa, o religioso ongueiro da Rio de Paz, gosta de solfejar aonde a mídia está...

Tal um Milton sem tom...

Mesmo nestes tempos sombrios onde ONGs se tornaram codinome do gramunhão ardiloso...

Astuto em ampliar seus horizontes elitistas, o calvinista pastor Antonio Carlos Costa resolveu se arrojar por outras paragens muito além da Zona Sul...

Pastor sagaz Antonio Carlos Costa cruzou túneis e aportou muito além da Praça da Bandeira...

Onde situam-se a plebe rude de módicos dízimos...

Tomou um choque de realidade e apregoou que não sabia onde enfiar sua vassoura...

Antonio Carlos Costa se confessou surpreso pela pobreza absurda na Mandela...

Acredito mesmo na sinceridade teológica do pastor ongueiro Antonio Carlos Costa...

O ongueiro pastor atrevido não sabe de nada, mesmo...

Tripudia que desconhece pormenores do Caso Joanna a nos deixar boquiabertos...

O pastor Antonio Carlos Costa poderia me convidar como consultor informal sobre as barbaridades urbanas antes de ter que fazer acordo velado com traficantes da 'Faixa de Gaza' da Leopoldo Bulhões que só permitiram sua presença vassouroza após concordar em não falar mal da bandidagem local...

Já estive no olho do furacão dentro da Mandela...

Na última oportunidade fui levar um cadeirante...

Um rapaz que ficou paralítico após tomar um tiro no peito durante assalto em escritório que ele trabalhava como mensageiro e ao sair do banheiro sem saber de nada o bandido assustou-se e disparou...

Este rapaz ficou em depressão violenta sem sair de casa durante anos a fio...

Até descobrir o esporte como válvula de escape...

Se tornou professor de basquete para cadeirantes num projeto social...

Era um sábado a noite...

Meu passageiro até dispensou de me arriscar entrar na Mandela...

Ficaria lá fora...

Negativo...

Se Deus, que não creio, permitisse que algo me acontecesse por levar um deficiente até a porta de sua casa eu chegaria no céu - ou no inferno, credo - e daria um pontapé bicudão no centro do saco do primeiro desgraçado de auréola que abrisse o livrão para conferir se posso adentrar...

Peraí...

Mas...

Entrar em comunidade favela não existe problema com o passageiro conhecido dos traficantes; complicado é a saída onde um deles pode convocar para fazer um bonde, sem condição de recusa, ou para desovar um presunto alemão...

Correu tudo blem...

Ao lado do valão existe um quiosque grandão de alvenaria, com toldo e tudo, que mal sobra espaço para um carro passar...

Um churrasqueiro em frente da brasa e os comensais segurando armamento pesado em volta...

Rolava pagode altão...

- Daí piloto, vai numa carninha?

- Não, acabei de jantar...

Lógico...

A surpresa veio por perceberem que o estranho no ninho tinha procedencia...

- Gaúcho recusar churrasco, senhor?

Brinco...

- Pois é, senhor...

Engraçado a entonação que utilizam para o 'senhor' e nós não...

E definitivo que eles sabem exatamente as características e intenções de quem circula em seus domínios...

É o código de segurança capturado no detalhe observado...

Nosso salvo conduto, como senha, a permitir que não sejamos confundidos com invasores...

- Volte sempre, voce é diretoria, tio!

Gostei do 'diretoria', odiei o 'tio'...

Sou avô, pô...

Avô Max Tennyson...

Um avô de HQ...

Poucos tiveram oportunidade de ler meu post dias atrás sobre Joanna Marcenal e seu acidental avô Max...

Deixei na Rede por breves instantes...

Se o pastor Tonho pedir reproduzo...

Lógico...



Jorge Schweitzer