terça-feira, 29 de novembro de 2011

As Canções, de Eduardo Coutinho, estréia dia 09 de dezembro nos cinemas



By: Leonardo Vinicius Jorge

“As Canções” poderia ser uma chatice: num único cenário – uma cadeira e uma sala escura – , pessoas comuns compartilham alguma história pessoal e cantam um trecho de uma música que marcou sua vida. O responsável pela ideia, no entanto, é o cineasta Eduardo Coutinho (“Moscou”, “Jogo de Cena”) e o resultado é um belíssimo filme sobre o amor, este sentimento tão abstrato quanto a música.

Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival do Rio, “As Canções” reúne 18 depoimentos de desconhecidos que encontramos no dia a dia e revela como cada pessoa possui uma história forte, um dramalhão mexicano, uma história de amor, ora com final feliz, ora triste.

E é incrível como Coutinho consegue deixar os entrevistados tão à vontade para falar de suas memórias. Afinal, é preciso lembrar que não se trata de atores. São pessoas que não estão acostumados à câmera, à iluminação e a um diretor lhes fazendo perguntas.

Se contar casos íntimos já seria difícil, imagine arrancar lágrimas de um homem ao fazê-lo lembrar-se de uma música cantada por sua mãe quando ele era criança – detalhe: a mãe ainda está viva e está bem. “Nem sei porque chorei”, confessa o sujeito.

Há também a história do casal que cantou diariamente por 40 anos a mesma música, que representava seu amor, uma inglesa que afogou as mágoas de um abandono cantando samba, um garoto que precisou compor uma música para pedir desculpas ao pai falecido…

São depoimentos tão sinceros, tão profundos que é possível viajar junto e imaginar cada cena. Trata-se, de certa forma, de uma sessão de psicanálise, em que os entrevistados vão ao fundo de sua alma e utilizam a música como veículo. Basta ver cada choro ou verificar o olhar de satisfação após cantarolar uma música especial para notar que um peso do passado foi, de certa forma, retirado do peito.

Curiosamente, a melancolia não predomina o tom do filme, pelo contrário. Há diversos momentos de riso, com os atos falhos, as verdades ditas por impulso e o comportamento natural dos entrevistados. Na verdade, “As Canções” chega a ser mais divertido do que muitas comédias em cartaz.

Com pouquíssimos recursos e uma proposta que poderia facilmente se perder pelo caminho, Eduardo Coutinho constrói um grande filme sobre o amor, com drama, comédia e até música, e mostra porque é um mestre. Aliás, um maestro.

4 comentários:

  1. Você sempre recomenda coisas boas. Assisti vários depoimentos do documentário "Edifício Master". Magnífico.
    É isso aí, caro Jorge. Abraços.
    Sérgio.

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  2. Jorge,

    Vi esse belíssimo documentário, assim como outros do Coutinho. Arrancou-me lágrimas, como o JOGO DE CENA. Tá demorando demais a sair em DVD, concorda ? Abraços de Brasília.

    Adalberto

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  3. Tá demorando demais a sair em DVD essa beleza de documentário, Jorge. Concorda ?

    Abraços de Brasília,

    Adalberto

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  4. Jorge,

    Vi esse belíssimo documentário, assim como outros do Coutinho. Arrancou-me lágrimas, como o JOGO DE CENA. Tá demorando demais a sair em DVD, concorda ? Abraços de Brasília.

    Adalberto

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