Jorge Schweitzer e o Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança...

Já imaginaram que maravilhoso seria apagar seletivamente suas lembranças?

Só lembrar do que lhe convém recordar...

Hein?

Bacana, né?

Para a moça que não consegue deixar de entrar aqui no blog apesar de me odiar depois de tanto me amar, seria providencial...

Recordação ruim seria deletada...

Control, Alt, Del...

Quem já não desejou dispor de tal habilidade depois de uma tragédia ou de uma decepção amorosa?

Todo mundo...

Leitores puxas-saco do Gerald Thomas adorariam dispor deste mecanismo para tentarem me esquecer, além do próprio que me adora sem conseguir explicar por quê, assim como suas peças...

Pôs bueno...

Lembram daquela lanterninha dos Homens de Preto que jogavam um flashe na cara do sujeito e ele não lembrava de mais nada imediatamente?

Agora é possível...

Ou, mais ou menos...

Seguinte...

Seguinte...

Cientistas ‘Professor Pardal’ do Instituto do Comportamento e do Cérebro, na Geórgia, EUA anunciaram ter conseguido apagar diversas lembranças...

Melhor ainda...

De forma seletiva e controlada...

Claro...

Por enquanto na mente brilhante de camundongos transgênicos e bipolares...

Brilhante e bipolares é por minha conta...

Entender exatamente como aprendemos um determinado troço bagulho; consolidamos essa informação; a armazenamos e, depois, somos capazes de recordá-la constituem os quatro grandes pilares da memória, de acordo com neurobiólogos chapados e aloprados...

Chapados e aloprados é, novamente, por conta minha...

Pesquisas já haviam identificado moléculas e mecanismos específicos que desempenham um papel crucial nas diversas etapas desse processo maluco...

Agora, sem sacanagem...

Sem zoação...

A molécula da memória é a proteína CaMKII, relacionada a múltiplos aspectos do aprendizado e da memória de nossotros...

Conto o milagre, logo abaixo...

O grupo de Joe Z. Tsien, responsável pelo novo trabalho, desenvolveu um mecanismo para manipular a atividade da proteína no cérebro de camundongos...

Lógico, a idéia e adaptar esta maravilha para humanos cornos e musas maravilhosas que não compreendem amar um taxista Durango Kid...

Fala, Tsien, fala bonito, meu chapa:

“Desenvolvemos uma estratégia que combina as especificidades moleculares da genética com uma técnica de inibição farmacológica de alta resolução. Usando esta estratégica, testamos a manipulação da CaMKII nas memórias de curto e longo prazo e no reconhecimento de novos objetos”, explicou Tsien no estudo publicado na “Neuron”...

Tsien ficou conhecido internacionalmente em 1999 ao criar ‘Doogie’, um camundongo transgênico com habilidades de aprendizado e memória acima da média...

No atual estudo Tsein usou um composto para ‘ligar’ e desligar’ especificamente esta enzima no momento de se recuperar uma memória..

Surpreendentemente, aconteceu um revertério estrambólico...

Ao ativar a recuperação da proteína no momento de evocar uma memória levou ao desaparecimento imediato daquela lembrança que estavam tentando recuperar...

Desastre?

Nada...

As outras memórias permaneceram intactas...

Entenderam?

Puerra alguma...

Não importa...

A realidade é que foi o primeiro passo para você selecionar só o que presta...

Ainda não é possível para humanos...

Por favor, minha amada oculta, não chore...

Segure a lágrima em sofreguidão...

Nem tudo está perdido...

O cientista Tsein acredita que todas recordações dolorosas têm uma função...

Lembranças pavorosas, tal Jorge Schweitzer, são lições que nos impedem repetir os mesmos erros do passado...

Nos ajudam na adaptação ao meio e as novas situações...

Por isso, a natureza se assegura que o cérebro não se esqueça facilmente dessas recordações...

Ter uma “pílula” para eliminar lembranças de um antigo amor ou relacionamento doloroso não é a solução...

Poderia acontecer o mesmo que ocorre com os protagonistas do filme “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança”, de Michel Gondry, que acabam repetindo os mesmos erros do passado e se arrependem...

Eu tenho uma fórmula pessoal para conviver com minhas decepções pretéritas...

A cada nova amada abraço a nova musa e fecho os olhos a recordar todos os primeiros encontros que se foram após se esgotar tanta paixão que seria impossível durar para sempre...

Nenhum amor verdadeiro tem direito ser esquecido...

Sou um fantasma camundongo sonhador...

Pluft...



Jorge Schweitzer

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