domingo, 21 de setembro de 2008

Dona Maria, a Namorada Brasileira do McCain...






O curioso do affair do então tenente McCain com a brasileira Maria Gracinda Teixeira de Jesus em 1957 é que ele tem uma versão e ela outra...

Em seu livro “Fé dos meus pais” McCain descreve um romance glamouroso onde foi apresentado a Dona Maria em uma festa chique na Urca com vista para Baia de Guanabara onde dançaram até o amanhecer...

Dona Maria declara que o conheceu de forma mais prosaica...

A bordo do navio Vera Cruz ancorado na Praça Mauá num almoço preparado pelo taifeiro marítimo e apresentada por grumetes alcoviteiros...

Em seu ensaio literato, McCain - tal um Paulo Coelho alquimista que não consegue transformar encontro em paixão - se derrama em elogios chorosos a amada Mary Poppins tupiniquim que seria pessoa do hight society e lhe apresentou a almirantes, generais, juízes, desembargadores e até ao próprio – ora, vejam - presidente da República do Brasil...

Dona Maria não lembra desta parte...

McCain todo “docinho de coco” e se achando, acredita que Dona Maria estava endoidecida de amor por ele num conto de fadas ianque...

Vejam só, nas palavras do próprio McCain...

“Nós dançamos no terraço admirando a paisagem da baía até 1h da manhã, quando eu senti que a sua bochecha estava úmida. Qual o problema?, perguntei. Nunca mais vou vê-lo novamente, ela retrucou. Eu disse a ela que estaria na cidade por mais oito dias e ficaria com ela o tempo que ela quisesse. Mas ela rejeitou, dizendo: não, eu não posso vê-lo nunca mais", diz um trecho do livro...


Bonito, não?

Não!

Dona Maria não sabia soletrar patavinas no dialeto de Shakespeare...

Só dominava a linguagem universal dos corpos...

Sequer imagina o que seria “the book on the table” ou declinava o verbo Tobe...

Cartas que trocaram, logo após a despedida, eram lidas para Dona Maria por um professor de inglês amigo e respondidas pelo próprio...

Dona Maria só sabia, vagamente, o que era ‘yes’ que pronunciava com a cabeça para frente e para trás...

Dona Maria não esconde que freqüentava outros navios da Praça Mauá...

E era linda...

Lindíssima...

Mulheres lindas que freqüentam navios são pragmáticas, não ficam perdendo tempo com recordações bobocas de apaixonados de aluguel...

Se despedem lacrimejantes de mentirinha no caís com lenços brancos para iludidos choromingantes de tombadilho...

Esperam a próxima embarcação para se atracar em nova aventura medindo a quantidade de traços e estrelas de divisa do ombro do próximo otário...

Fala Dona Maria:

“Para ele marcou e para mim também, mas passou. Não posso viver tudo de novo”

Tá vendo?

Dona Maria bondosa dá uma colher-de-chá para o ego presidencial de McCain, inflando com bombinha sex-shop e pomada japonesa na cabeça do túnel do tempo:

- Ele beija bem!

Duvido...

Encontros fortuitos de beira de cais possuem respeitada máxima convenção universal celebrada entre goles de Genebra:

‘Tudo, tudinho, menos beijo na boca’...

Homem apaixonado é um prego mané, mesmo...

Quando fica véio passa a narrar o que gostaria que tivesse ocorrido...

Se tiver chance de se tornar presidente dos EUA elas até que dão uma força...

Já tive mulheres espetaculares...

Perguntem a qualquer uma delas se me conhecem?

Ser ex de futuro presidente dos States é moleza...

Quero ver incluir no curriculum um taxista...

Acabei de lembrar de uma, muito conhecida...

Melhor não falar...

Ela vai negar...

Tenho fotos dela desenhando, com batom, um coração e nosso nome no espelho grandão do apartamento da Barata Ribeiro...

Deixa pra lá...

No dia em que eu for presidente do Brasil ela lembra...

Mas irá estar tão veinha que nem quero mais...

O pior que levou consigo alguns textos que escrevi especialmente prá ela como prova de meu amor...

Mulheres adoram palavras escritas que desconhecem; guardam para um dia decifrarem...

Nem lembro o que escrevi...

Estava trêbado...

Texto de bêbado não tem dona...




Jorge Schweitzer









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