domingo, 27 de julho de 2014

Transcrição da conversa entre o deputado federal Rodrigo Bethlem e sua ex-esposa Vanessa Felippe





Rodrigo Bethlem – Para resumir bastante o enredo... (ininteligível) Eu hoje.. Quer dizer, hoje não... porque esse mês, por acaso, deu um furo danado porque minha principal fonte de receita, que é um convênio, o único convênio que eu tenho ininteligível, o CadÚnico, o cara simplesmente prestou contas... 

Vanessa – Por que você está falando baixo? Não tem ninguém aqui. 

Bethlem - ham?

Vanessa - fala baixo por quê?

Betlhem – Porque eu simplesmente estou paranóico com isso. Só isso...

Vanessa – Paranóico por quê?

Bethlem – Telefone... (ininteligível)

Vanessa – Paranóico por quê?

Bethlem – Telefone. Você não sabe que esses caras entram no telefone e vira um autofalante? 

Vanessa – E você tem motivo para estar paranóico?

Bethlem – Como todo mundo. Você acha que alguém vai te denunciar amanhã por quê? Você acha que o (ininteligível) está atrás de mim, por quê?

Vanessa – Por quê?

Bethlem – Porque eu sou alvo, Vanessa.

Vanessa – Por que você é alvo?

Bethlem – Ué, não sei. Inimigo, sei lá por quê... Bom, é... Eu hoje... 

Vanessa – Quanto você botou de empregada?

Bethlem – Sete mil e duzentos reais

Vanesa – Bom, dá cinco e quinhentos, sem colocar carteira assinada, nada disso.

Bethlem – Carteira assinada é INSS (ininteligível)

Vanessa _Não. Aqui cinco e quinhentos só os salários mais dois e quatrocentos de diarista, fora o Tiago da piscina e a mulher do jardim

Bethlem - (ininteligível)

Vanessa – Então, cinco e quinhentos é o efetivo de empregada

Bethlem – Então, mas(ininteligível)sete e duzentos...

Vanessa – Sem impostos, carteira, nem nada.

Bethlem - Carteira é INSS só que você paga. Tá aqui. São seiscentos reais

Vanessa - De uma empregada? 

Bethlem – De todos.

Vanessa – Bom que seja,tá. Cinco e duzentos mais dois e quatrocentos.

Bethlem – O que é dois e quatrocentos? É trezentos e vinte por... 

Vanessa – Trezentos e cinqüenta 

Bethlem – Trezentos e vinte que tava pagando

Vanessa – Ah é? Enquanto quanto é que dá?

Bethlem – Dá mil e duzentos.

Vanessa - Tem mês que são cinco, tem mês que são quatro.

Bethlem – Bota mil e quinhentos, pronto

Vanessa – Não. Botei mil e quatrocentos, botei menos.

Bethlem - (ininteligível)Bom de qualquer forma dá menos de sete e duzentos, dá seis e oitocentos, seis e seiscentos.

Vanessa – Dá sete e seiscentos.

Bethlem – Por que sete e seiscentos 

Vanessa – Cinco e duzentos e mais dois e quatrocentos, que tem a outra diarista de mil reais.

Bethlem – Que diarista de mil reais

Vanessa – Tem uma cozinheira e tem uma diarista da casa.

Bethlem – Então ficou uma empregada só aqui?

Vanessa – Porque a gente não encontra empregada. Eu tô louca atrás de empregada

Betlhem – (ininteligível) Vou ser bastante prático, bastante direto

Vanessa – (ininteligível) Não quero ficar brigando por centavo não

Bethlem – Não, não vamos ficar brigando por centavos. Porque minha tese é outra. Minha tese é o seguinte. Eu ganho hoje, Vanessa, entre... é... o que eu tenho hoje de receita, esse mês, infelizmente, furou porque o cara não prestou contas e eu, efetivamente (...)(ininteligível)... mandei (ininteligível) 
até o cara prestar contas. Por isso que estou fodido desse jeito, minha principal receita

Vanessa – Espera aí (ininteligível), Rodrigo... Só um minutinho. R$ 7.600 (ininteligível) empregados. 

Bethlem - Tá, então você aumenta mais R$ 400 naquela conta que te dei.

Vanessa – Então, você escreve aí... Dá R$ 24.850, é isso?

Bethlem – Isso. Bom, deixa eu concluir pra você...

Vanessa – Você estava falando do, do... do treco...

Bethlem - É... prestou contas... (ininteligível)

Vanessa - do negócio de... de... Qual é o nome do negócio?

Bethlem - Quando isso?

Vanessa - É um negócio de, sei lá..Um trecho que você estava falando da... da Secretaria

Bethlem – É um convênio que eu tenho, cadastro único.

Vanessa – Hã, o que que tem isso?

Bethlem – É minha principal fonte de renda hoje. O cara não prestou conta direito, o cara é um idiota, um imbecil. Não pude pagar o cara este mês, não recebi. Tava prestando conta, prestou agora, enfim. Também é uma receita que eu tenho até... certa até fevereiro, até março, porque é um convênio de sete meses. É... outra coisa que eu quero te dizer é o seguinte...

Vanessa – E quanto dá isso.... E quanto dá isso por mês?

Bethlem – Eu tenho... eu tenho de receita é cerca de R$ 100 mil por mês. É o que eu tenho tudo junto.

Vanessa – Quanto dá CadÚnico por mês?

Bethlem – Em torno de uns R$ 65, R$ 70 mil. Depende do que ele receber, entendeu? Se tiver alguma glosa. Se ele prestar contas, se não tiver executado todo o serviço, tem uma glosa. Fora isso, tem o lanche e meu salário.

Vanessa – Lanche? Que lanche?

Bethlem – O lanche que é servido pro... O cara que vende lanche para todas as ONGs é meu amigo.

Vanessa – Ah, achei que era lanche mesmo... E quanto é de lanche?

Bethlem – Em torno de R$ 15 mil, hoje. O cara tá vendendo metade do que deveria vender

Vanessa – Até quando?

Bethlem – Claro, até quando existir o convênio... Até quando ele (ininteligível) 

Vanessa – E por que que o tal do treco é até fevereiro?

Bethlem – Porque o convênio acaba, tem prazo fixo, que é só para fazer o cadastro de todos os que estão faltando.

Vanessa – Hum... salário?

Bethlem- (inaudível)Bom, outra coisa que quero te dizer é o seguinte. Eu estou com o firme propósito, obviamente, vou ter que ver lá na frente como é que eu vou fazer, mas eu pretendo me desligar da secretaria. Estou tendo ver se consigo me... me ajustar um pouco financeiramente. Eu pretendo me desligar da secretaria em abril ou maio. Aproveitar (...) fico mais livre pra campanha, sou mais útil agora livre e coisa e tal e efetivamente começar a me reposicionar. Se eu não fizer isso não vou fazer... a política (...) cada vez é maior. Então, é.. (...).  A minha intenção era deixar com você por mês R$ 45 mil Reais

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A conta na Suiça

Bethlem- Se você quer saber, olha, eu, em termos de mágoa, eu acho que a eu que tive com você dificilmente você vai ter uma igual comigo.

Vanessa - Tá, tá bom... 

Bethlem - Dificilmente

Vanessa - Caramba... (...)

Bethlem - Dificilmente... Acho pouco provável

Vanessa – Você tem uma amante um ano e meio, faz e acontece, fala de mim para meio mundo, eu não abro a boca para falar de você. E você que tem mágoa de mim?

Bethlem – Mas eu nunca cheguei para você e disse: “olha, se você sair desse sofá aqui de casa, eu vou na Polícia Federal contar que você ficou aqui pegando dinheiro um ano da sua assessora... Você vai (ter de ir lá) pra devolver o dinheiro

Vanessa – Eu falei isso para você? 

Bethlem - O que que você disse pra mim, Vanessa? (ininteligível) Você guarda tão bem as coisas (...)

Vanessa - Espera aí, de quem você pegava dinheiro, que assessora?

Bethlem – Você por acaso não disse que eu ia...

Vanessa - Que assessora que você pegava dinheiro?

Bethlem - Você por acaso não disse que se, por acaso eu não desse a metade para você, muita gente ia gostar de saber que eu tinha conta na Suíça?

Vanessa – Quando... Eu disse isso onde?

Bethlem - Aqui. Eu sentado ali e você aqui.

Vanessa – Que... que conta na Suíça?... Deixa eu te explicar uma coisa... Que conta na Suiça?... E como é que eu poderia dizer isso... primeiro, pra eu dizer isso, eu tenho que, no mínimo, pra dizer tem que provar. Provar que você tem uma conta na Suiça.

Bethlem – Vanessa você disso isso (...) Eu não passei mal à toa, Vanessa. Eu não sou débil mental.

Bethlem _ Então, vou narrar para você, para você refrescar a sua mente. Você virou para mim e começou a falar que você tinha que ter metade do que tinha. Eu falei assim: “bom, tudo bem, então quero saber se eu vou ter metade do que você vai ter também, porque se você me ajudou a ser a pessoa que eu sou, eu imagino que eu tenha contribuído na sua vida para você ser a pessoa que você é também (ininteligível). Agora você me escuta...

Vanessa – Não. Você tem que abrir um parêntese aí

Bethlem – Abre parêntese não, agora você vai me escutar.. Você acabou de falar, você acabou de falar?
Vanessa – Fala o que você quer dizer.

Bethlem – Aí você começou com essa conversa ((ininteligível), que você teria direito a metade do que eu ganho

Vanessa - Eu sou casada com comunhão de bens total.

Bethlem – Num momento de raiva, que você não lembra, você lembra sempre os que outros dizem. Num momento de raiva, quando eu virei para você e disse: “Bom, Vanessa, se você quer ter metade de tudo o que eu tenho pelo resto da minha vida...”

Vanessa – Rodrigo, eu sou casada com você com comunhão total de bens.

Bethlem – Sim. Até o momento que a gente se separa, Vanessa. Daqui para frente, não é mais.

Vanessa – Meu Deus do céu!

Bethlem – Daqui para frente não existe mais vínculo. Se você ganhar na loteria, R$ 20 milhões daqui a (ininteligível)

Vanessa – Eu não jogo na loteria, Rodrigo.

Bethlem – Se você supostamente ganhasse R$ 20 milhões, R$ 20 milhões seriam seus, não são dez meus e dez seus, porque meu vínculo acabou com você e você comigo... Mas, tudo bem, essa é sua tese. Aí eu fui... falei assim, tudo bem, eu quero dizer o seguinte: o que você ganhar metade também é meu? Porque se eu sou o que eu sou hoje e você me ajudou a ser quem eu sou hoje, eu imagino que tenha tido influência na sua vida do que você é hoje, para o bem ou para o mal

Vanessa - (ininteligível)

Bethlem – Deu eu acabar de falar.

Vanessa - (ininteligível)

Bethlem – Aí eu falei isso para você. Aí você disse: “não, mas é diferente porque agora que estou começando meu negócio. Você está saindo da minha agora, eu estou começando meu negócio, coisa e tal”. Não diferente não... A gente começou o bate-boca por aí. E eu disse a você: “não, eu não concordo”. Aí você falou assim: "você vai ter por bem ou por mal"

Vanessa – Eu disse isso?

Bethlem – Disse e “vai ter que colocar no papel”. Eu falei: “Vanessa, no papel eu não vou colocar porque não há condições de colocar isso no papel. Eu assinar isso significa que vou fazer a confissão de um crime, que eu não fazer nunca”. Aí você virou e falou o seguinte: “Não, você vai assinar o papel, você sabe por quê?... porque eu tenho certeza, crime por crime, eu tenho certeza que muita gente ia gostar de saber que você tem uma conta na Suíça”.

Vanessa – Rodrigo, como é que eu posso ter dito uma coisa dessas. Eu não teria nem como provar que você tem uma conta na Suíça. 

Bethlem - Então, Vanessa, eu tive... eu tive uma ilusão...

Vanessa - Só um minutinho..
.
Bethlem - Então, Vanessa...

Vanessa - O que que eu, Vanessa, sei de conta na Suíça, pra provar que você tem uma conta na Suiça? Me diga.

Bethlem – Você está careca de saber que fui à Suíça para abrir uma conta lá.

Vanessa - Não, só me diga uma coisa...

Bethlem - Não seja hipócrita...




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